Trump pressiona Putin sobre interferência russa em eleição, mas “amarela” diante de ex-agente da KGB

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou seu primeiro encontro com o homólogo russo, Vladimir Putin, mencionando as preocupações americanas sobre uma suposta interferência de Moscou na eleição presidencial de 2016, informou o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.

O diplomata norte-americano afirmou que Putin negou estar envolvido. Por questões óbvias, Putin jamais admitirá oficial e publicamente que hackers russos agiram para embaralhar a corrida à Casa Branca e beneficiar o bilionário bufão.

Os chefes de Estado realizaram reunião bilateral paralela à cúpula do G20, nesta sexta-feira (7), em Hamburgo. Programado para durar cerca de 30 minutos, o encontro se estendeu por mais de duas horas. Além de abordar a suposta intromissão russa no pleito presidencial americano, Trump e Putin selaram acordo de cessar-fogo regional na Síria e discutiram a crise na Ucrânia, o combate ao terrorismo e cibersegurança.

A decisão de Trump de confrontar Putin diretamente sobre a suposta interferência de Moscou na eleição presidencial cumpriu as exigências de legisladores republicanos e democratas, para que o presidente dos EUA não deixasse de tocar no assunto durante o aguardado encontro.

Segundo Tillerson, ambos concordaram que a questão tornou-se um obstáculo para melhores relações entre as duas potências. O secretário de Estado americano participou da reunião e assegurou que a discussão sobre a suposta interferência eleitoral foi “robusta e demorada”.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que também participou do encontro, afirmou que Trump aceitou passivamente as garantias dadas por Putin de que a Rússia não se intrometeu nas eleições americanas.

Por outro lado, Tillerson disse que os russos pediram “provas e evidências” do mencionado envolvimento. Um dia antes, Donald Trump disse que Moscou provavelmente interferiu no pleito, mas que outros países também o fizeram. Ou seja, o “homem laranja” amarelou diante do ex-espião da KGB. Não se pode descartar a possibilidade de um jogo de cena muito bem ensaiado, pois ambos sabiam desde o início da incursão criminosa.

Agências de inteligência americanas garantem que a Rússia esteve por trás dos ciberataques a organizações e operadores do Partido Democrata antes da eleição presidencial, supostamente para ajudar na vitória de Trump. Rejeitada por Moscou, a conclusão é apoiada também por empresas de segurança cibernética.

Cessar-fogo na Síria

Durante o encontro, os dois presidentes discutiram e acordaram um cessar-fogo no sudoeste da Síria, que entrará em vigor ao meio-dia (horário local) do próximo domingo (9), segundo informou Sergei Lavrov.

Embora Tillerson tenha afirmado que os detalhes sobre o cessar-fogo ainda precisam ser selados, Lavrov disse que a polícia militar russa fiscalizará o cessar-fogo em conjunto com um centro de monitoramento na Jordânia – outra parte envolvida no acordo.

Tantos os russos quanto os americanos buscaram descrever o encontro entre Putin e Trump como construtivo, cordial e abrangente. “Os dois líderes se conectaram muito rapidamente. Havia uma química positiva muito evidente”, disse Tillerson, que acrescentou que nova reunião entre os presidentes ainda não foi agendada. (Com agências internacionais)

apoio_04