Câmara dos EUA aprova novas sanções contra a Rússia; decisão passou por ingerência de Moscou na eleição

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na terça-feira (25), por esmagadora maioria, novas sanções contra a Rússia, em resposta à suposta interferência de Moscou nas eleições presidenciais do ano passado, bem como à anexação da Crimeia pelo país em 2014.

O projeto de lei, que também inclui sanções ao Irã e à Coreia do Norte, passou na Casa com 419 votos favoráveis e apenas três contrários, apesar de o governo do presidente Donald Trump ter pedido reiteradamente aos congressistas para que fossem mais flexíveis em relação à Rússia.

“Esses três regimes, em diferentes partes do mundo, ameaçam interesses vitais dos EUA e desestabilizam seus vizinhos. Já passou da hora de respondermos com firmeza [a essas ameaças]”, afirmou o chefe republicano da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara, Ed Royce.

Há seis meses no poder, Trump tem mostrado disposição para cooperar com o governo russo e chegou a questionar as suspeitas de que Moscou interferiu na corrida presidencial de 2016.

Investigações em curso nos EUA apuram essa suposta ingerência, bem como possíveis ligações entre a campanha republicana e o Kremlin para favorecer a eleição de Trump. Ambos negam conluio.


A sequência de fatos, que inclui ainda outros episódios polêmicos envolvendo pessoas próximas ao presidente e autoridades russas, levantou preocupações entre os congressistas de que Trump poderia agir para aliviar unilateralmente as sanções já impostas por Washington a Moscou no passado.

A medida aprovada na Câmara nesta terça-feira leva essa questão em consideração: ela proíbe o presidente americano de revogar sanções à Rússia sem a aprovação do Congresso. O deputado Royce, do mesmo partido de Trump, descreveu a lei como “necessária e apropriada”.

O governo russo, por outro lado, rechaçou a aprovação de novas sanções, classificando-as como desfavoráveis tanto para a Rússia como para os Estados Unidos. “Consideramos tal prosseguimento da retórica de sanções contraproducente e prejudicial aos interesses de ambos os países”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

As sanções envolvendo a Coreia do Norte, por sua vez, focam em seu programa de mísseis balísticos e de armas nucleares, bem como no uso de mão de obra escrava. Já em relação ao Irã, a medida menciona atividades terroristas, abusos dos direitos humanos e também seu programa de mísseis balísticos.

Aprovado na Câmara, o projeto de lei precisa ainda do aval do Senado antes de seguir para a sanção presidencial. Apesar de diminuir o poder do presidente em relação às sanções, a Casa Branca indicou que Trump deve assinar a medida, caso ela chegue em suas mãos. (Com agências internacionais)

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