A produção industrial brasileira encerrou o primeiro semestre com crescimento de 0,5%, o melhor resultado para os seis primeiros meses desde a expansão de 3% no mesmo período de 2013. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira (1), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do crescimento no primeiro semestre do ano, na série livre de influências sazonais, a indústria fechou junho com crescimento zero (0,0%) frente a maio, após dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou expansão de 2,5%.
Expansão de 0,5%
Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o resultado da indústria apontou expansão de 0,5% em junho de 2017, segundo resultado positivo consecutivo, mas menos intenso do que os 4,1% do mês anterior, na mesma base de comparação.
Já a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, fechou junho com queda de 1,9%, dando prosseguimento à redução no ritmo de queda, que vem se verificando desde junho de 2016, quando a retração da indústria foi de 9,7%, A estagnação verificada de maio para junho reflete queda em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 12 dos 24 ramos industriais pesquisados.
Setor automobilístico
Segundo o IBGE, a desaceleração da indústria de maio para junho, com resultados negativos em metade das atividades do parque fabril, se deve a quedas na fabricação de veículos automotores (-3,9%); derivados de petróleo (-1,7%) e produtos farmacêuticos (recuo de 9,2%). Na análise de longo prazo, a indústria automotiva, destaca o IBGE, vem puxando resultados positivos, tanto na comparação com 2016, quanto no índice acumulado no primeiro semestre de 2017.
“A produção de automóveis, caminhões e carrocerias sofreu retração na demanda doméstica, mas tem ocorrido uma busca bem-sucedida pelos mercados internacionais, o que ajuda a reduzir estoques”, disse o gerente da pesquisa, André Macêdo.
O executivo explicou que as exportações ajudaram a sustentar a produção nos últimos meses. Macêdo fez uma ressalva: “É importante lembrar que o patamar de 2016 foi marcado por perdas significativas no setor, o que gera uma base de comparação mais baixa e, consequentemente, uma variação positiva”. (Com ABr)