O que para muitos vem causando estranheza, para quem conhece como funcionam as relações entre o Poder e a grande imprensa esse convívio quase incestuoso não provoca sobressaltos. Mesmo assim, tal situação gera indignação e repulsa.
Desde a chegada de Michel Temer ao principal gabinete do Palácio do Planalto, ainda na interinidade, importantes (sic) veículos de comunicação do País tentam de forma recorrente colocar mais combustível na fogueira da crise. Fazem isso porque apenas o caos é a tábua de salvação de empresas que dedicam-se à exploração de escândalos.
Jornalismo de qualidade e com responsabilidade é tarefa árdua, jornalismo independente é privilégio de poucos. A profissão de informar carrega o compromisso de esclarecer à opinião pública não apenas os seus direitos, mas também e principalmente os seus deveres. O que temos visto nos últimos tempos, cada vez mais, é a cobrança recorrente dos direitos, sem que os deveres tenham espaço nessa insana seara.
Quando a petista Dilma Rousseff promovia lambanças na economia, debaixo de um manto de mentiras e fanfarronices oficiais, os que criticavam tal postura eram taxados como defensores do “quanto pior, melhor”. Nesse período de trevas camufladas, os grandes veículos da imprensa nacional aproveitaram o voo de galinha do País para faturar fortunas e aproveitar as benesses aspergidas pelo Poder.
Quem ateve-se ao compromisso de noticiar a verdade e mostrar à população a realidade dos fatos deu-se mal em termos econômicos, mas pode erguer o troféu da consciência leve e tranquila. Nos dias atuais, com a canhestra e premiadíssima delação dos irmãos Batista fazendo estragos em um país destroçado pela crise, empresários de comunicação apostam no acirramento do caos como forma de “encher as burras”.
Há algumas semanas, esses proxenetas da informação insistem em propagar a ideia de que o melhor para o País é a queda do atual presidente da República, como se troca de governantes fosse algo tão simples e corriqueiro como mudar de roupa. Apeia-se Michel Temer do cargo, entrona-se Rodrigo Maia por seis meses, faz-se uma eleição indireta em março e outra direta em outubro. Eis o que os gênios da comunicação pregam, uma vez que uma nação em ebulição é terreno fértil para lucrar aos bolhões.
Há pelo menos dez anos o UCHO.INFO, que não faz parte desse lupanar informativo liderado pela Vênus Platina e seus concorrentes diretos, alerta para a complexidade das consequências da estabanada política econômica adotada pelo Partido dos Trabalhadores e seus quejandos. Longe de sermos profetas do apocalipse, ressaltamos nesse período que os estragos produzidos pela bizarrice petista exigiriam décadas de esforço continuado dos brasileiros de bem para que o status anterior fosse retomado.
Pois bem, Dilma foi despejada do Palácio do Planalto em 12 de maio de 2016, mas 448 dias depois os brasileiros querem uma solução. Arrumar a economia de um país como o Brasil, com problemas diversos e na mesma proporção de seu território, não é tarefa tão simples quanto mudar o sofá da sala de lugar. A lição de casa de cada um dos mais de 200 milhões de cidadãos é árdua e longa. E quem quiser solução imediata, que rume para o aeroporto mais próximo apenas com passagem de ida, pois um Brasil digno e decente só as próximas gerações poderão desfrutar.
Virada a página da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer, a grande imprensa rompeu esta quinta-feira (3) enfatizando que o combate à corrupção perdeu para o desenvolvimento econômico. Esse foi o discurso de todos os veículos de comunicação das Organizações Globo, que precisam da catástrofe para sobreviver. Em meio à crise econômica, um povo não tem capacidade de reagir aos desmandos dos políticos. Essa batalha exige força e paridade de armas, pois do contrário a derrota é certa. Sempre lembrando que mudanças não ocorrem da noite para o dia, de maneira tão rápida e simples. É preciso foco, fé e perseverança.
Alguém há de dizer que não é bem assim que a banda toca no quintal da família Marinho – e nós aceitamos de bom grado o contraditório –, mas basta analisar com calma e atenção o conteúdo jornalístico e a programação do grupo carioca. Durante o dia torpedeiam o cidadão com informações sobre crise econômica, corrupção, ações policiais, prisões de políticos, mas à noite oferecem um contraponto anestésico, brindando (sic) a população com novelas de enredos rocambolescos e partidas de futebol, a paixão nacional. E cobram verdadeiras fortunas por esse conteúdo do tipo “bate e assopra”.
Aqui no UCHO.INFO, que orgulhosamente carrega o slogan “A MARCA DA NOTÍCIA”, faz-se jornalismo sério e de olho na sociedade como um todo. Enquanto isso, as “madonninas” da imprensa tupiniquim usam o caos para produzir uma massa pasteurizada de ignaros que pingam seus suados vinténs nos cofres das carpideiras do noticiário. Aqui no UCHO.INFO, apesar de todas as dificuldades enfrentadas no dia a dia, somos felizes por fazer jornalismo como manda o figurino, como antigamente, mesmo que sejamos modernos.