Em São Paulo, Temer chama João Doria de “parceiro e companheiro” e manda recado a Geraldo Alckmin

Nesta segunda-feira (7), durante cerimônia na sede da prefeitura de São Paulo, no centro da capital paulista, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), mandou um duro recado a alguns aliados traidores ao chamar o prefeito João Doria (PSDB) de “parceiro e companheiro”. A fala de Temer teve como dificuldade econômica enfrentada pelo País em virtude da grave crise produzida pelo PT, mas foi reforçada pelo fato de Doria “compreender” o momento vivido pela nação. O encontro teve como pauta a assinatura de acordo que transfere parte da área do Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte paulistana, para a construção de parque municipal e um museu aeroespacial.

Se para bom entendedor meia palavra basta, como prega a sabedoria popular, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que sonha com o Palácio do Planalto, por certo entendeu o recado, apesar de com frequência recorrer à dissimulação como forma de exalar falsa inocência.

Alckmin, que pressionou parte da bancada tucana na Câmara dos Deputados para que votasse a favor da denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, trabalha nos bastidores para ser o candidato do partido à corrida presidencial do próximo ano. Para tanto, o governador paulista vem costurando política e partidariamente com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente licenciado da legenda, que para sobreviver em termos políticos e manter o foro privilegiado vem cedendo às pressões de Alckmin.

À frente de um governo que não convence e vem provocando reações estranhas e inesperadas da população, Geraldo Alckmin terá problemas na campanha presidencial, caso seja o escolhido dos tucanos para concorrer ao direito de ocupar o mais alto posto da nação. Isso significa que Alckmin poderá ser o comandante do naufrágio da canoa furada em que vem se transformando o partido que vive um quase eterno racha interno.


Política de subsolo

Há muito operando nos bastidores para inviabilizar João Doria como candidato à Presidência da República, Alckmin perdeu a cerimônia, abandonou os punhos de renda e agora trabalha publicamente contra o prefeito da maior cidade brasileira. O que pode lhe custar caro em termos políticos.

Qualquer cidadão brasileiro pode almejar a Presidência, assim como qualquer cargo eletivo, mas Geraldo Alckmin deveria manter a coerência e desembarcar em caráter definitivo da administração de João Doria, que continua acreditando no “bom-mocismo” do governador.

Por outro lado, Doria, que ainda é jovem, deveria mirar a corrida presidencial de 2022, deixando o governador Geraldo Alckmin tropeçar na eleição, uma vez que a opinião pública está arredia em relação à classe política atual. Aliás, o UCHO.INFO acredita que é grande a chance de o próximo presidente da República ser alguém fora do universo político, mesmo que para disputar o cargo seja necessária filiação partidária.

Ademais, o próximo inquilino do Palácio do Planalto receberá um país sujeito aos efeitos colaterais de uma crise econômica inédita e terá de governar com um limite de gastos que pode comprometer os investimentos, caso a economia não se recupere a tempo e a contento.

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