Em intervalo de poucas horas, a Espanha foi alvo de dois ataques terroristas reivindicados pelo “Estado Islâmico” (EI), ambos na Catalunha e com o mesmo método: atropelamento.
O fato de o EI ter reivindicado os atentados não significa que o grupo terrorista tenha participado, mesmo que de forma indireta, dos atos criminosos, pois vem perdendo força o ajuntamento de extremistas que fracassou na tentativa de instalar um califado em parte do Iraque e em parte da Síria. Ou seja, os terroristas podem ser simpatizantes do EI.
A reivindicação pode ser apenas uma maneira de os radicais do EI demonstrarem a força que não mais têm, mas que ainda precisa ser combatida com determinação, força e inteligência.
Desde o primeiro ataque, que aconteceu na quinta-feira (17) no movimentado calçadão de Las Ramblas, em Barcelona, a polícia afirma ter detido quatro suspeitos – mas fala no envolvimento de até 12 pessoas.
De acordo com informações divulgadas pela mídia espanhola nesta sexta-feira (18), os autores dos ataques em Barcelona e na cidade vizinha de Cambrils aparentemente fazem parte de uma única célula terrorista. Acredita-se que o grupo preparava ataques de maior alcance há algum tempo, mas algo deu errado no planejamento.
Citando investigadores da polícia, o jornal espanhol “El País” informou que a célula terrorista consistia em 12 pessoas, cinco das quais foram mortas em tiroteio com policiais em Cambrils, e três, incluindo o motorista da van de Barcelona, continuam em fuga. Também surgiram relatos de que este último poderia estar entre os cinco baleados durante a troca de tiros na cidade costeira, mas a informação não foi confirmada.
Entre os quatro presos, estão três marroquinos detidos em Ripoll (cerca de 100 quilômetros a norte de Barcelona) e um espanhol preso em Alcanar (cerca de 200 quilômetros ao sul da capital catalã), onde uma explosão ligada ao ataque ocorrera na noite de quarta-feira. Segundo as autoridades catalãs, nenhum deles tem antecedentes terroristas.
O que falta esclarecer
A van utilizada no ataque era propriedade de uma empresa de aluguel de automóveis. Inicialmente, a polícia havia divulgado o nome e a foto do principal suspeito: Driss O., de 28 anos, nascido no Marrocos e residente legal de Ripoll, pois seus documentos foram usados no aluguel da van.
Contudo, após a detenção, Driss afirmou à polícia que seus documentos haviam sido roubados. A hipótese, não confirmada pelas autoridades, é que seu irmão menor, de 17 ou 18 anos e identificado como Moussa O., teria participado do ataque e pode estar armado
Outra van suspeita de ligação com o atentado também foi encontrada na cidade de Vic, a 70 quilômetros de Barcelona. A função do veículo ainda não foi esclarecida. . (Com agências internacionais)