Prisão do terrorista Cesare Battisti reforça necessidade de extradição, diz deputada ítalo-brasileira

(José Cruz – ABr)

A deputada ítalo-brasileira Renata Bueno afirmou que a prisão do terrorista Cesare Battisti reforça a necessidade de sua extradição para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos. O italiano, que vive no Brasil graças a um refúgio político concedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi detido nesta quarta-feira (4) em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, quando tentava atravessar a fronteira com a Bolívia.

“Foi uma clara tentativa de fuga para escapar de uma extradição iminente, já que o governo da Itália havia pedido recentemente que o Brasil anulasse o refúgio concedido pelo ex-presidente Lula em 2010. A extradição dele foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal em 2009 e só não aconteceu devido à ação política do PT. Ele é um criminoso comum e não deve se beneficiar de refúgio político. Esperamos que agora que o governo brasileiro anule o ato de Lula e mande esse criminoso para a Itália, que é onde ele deve cumprir sua pena”, defendeu a parlamentar.

Renata Bueno disse ainda que o refúgio concedido a Battisti desrespeita flagrantemente o tratado de extradição firmado entre Brasil e Itália e o espírito democrático da Constituição brasileira de 1988. “A Itália vive em democracia plena desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Não existem motivos para que o criminoso Cesare Battisti não seja extraditado para pagar por seus crimes”, reforçou.

A deputada, que representa a comunidade italiana da América do Sul no Parlamento do país europeu, lembrou que a Itália autorizou a extradição para o Brasil de outro preso comum, Henrique Pizzolato, ex-dirigente do Banco do Brasil, que havia fugido do País para escapar do cumprimento da pena que lhe foi aplicada no processo do Mensalão do PT.


“A Itália fez a sua parte e devolveu ao Brasil um corrupto que buscou abrigo em território italiano. Agora chegou a vez do Brasil mandar para a Itália um terrorista que fez tantas famílias sofrerem e cujos crimes até hoje provocam comoção na sociedade”, disse Renata Bueno, que vem trabalhando junto as autoridades brasileiras para viabilizar a extradição de Battisti.

De acordo com informações preliminares, Cesare Battisti foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no posto Guaicurus, na BR-262. Os policiais identificaram-no e constataram que ele possuía em dinheiro o equivalente a mais de R$ 10 mil, em cédulas de dólares e euros.

Segundo a Receita Federal, qualquer pessoa que deixe o território brasileiro – por terra, ar ou mar – portando mais de R$ 10 mil em espécie, seja em moeda nacional ou estrangeira, é obrigada a fazer uma declaração chamada “Bens de Viajantes”.

A PRF comunicou a Polícia Federal sobre a situação ilegal de Battisti no posto de fiscalização Esdras, entre o Brasil e a Bolívia, já que ele não poderia ingressar no país vizinho sem declarar o valor em dinheiro. A retenção do terrorista italiano foi efetuada pela PF e ocorreu na fronteira com a Bolívia.

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