Polícia Federal prende Carlos Arthur Nuzman e ex-diretor do Comitê Olímpico Brasileiro

(F. Teixeira)

Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman foi preso pela Polícia Federal na manhã esta quinta-feira (5), no Rio de Janeiro, no âmbito das investigações que apuram a compra de votos para a escolha da cidade como sede dos Jogos de 2016.

A ação da PF é um desdobramento da Operação Unfair Play, que também prendeu Leonardo Gryner, considerado o braço-direito de Nuzman no comitê organizador dos Jogos Olímpicos do Rio. Nuzman é o único presidente de um comitê organizador de Jogos Olímpicos a ocupar também o cargo de chefe de comitê olímpico do país-sede.

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandatos de busca e apreensão nas casas e empresas de Carlos Arthur Nuzman e Gryner, além da quebra do sigilo telemático de ambos.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), nos últimos dez anos Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, sem indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte do patrimônio oculto na Suíça. O presidente do COB está no cargo há 22 anos. Isso significa que outras pessoas estão na mira dos investigadores e podem ser presas a qualquer momento.


Em razão das proporções mundiais do escândalo, o MPF requer, ainda, pelos danos morais causados, o bloqueio do patrimônio de Nuzman e Gryner em até R$ 1 bilhão.

Segundo os investigadores, Nuzman seria a “ponte” entre o esquema do governo de Sérgio Cabral Filho (PMDB), condenado a 45 anos de prisão por corrupção e participação em organização criminosa, e os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A investigação está focada na compra do voto do senegalês Lamine Diack por US$ 2 milhões. A PF afirma que o empresário Arthur César Soares de Menezes, conhecido como “Rei Arthur” e foragido há um mês, foi o responsável por pagar a quantia a Diack em outubro de 2009, semanas antes da escolha do Rio como sede.

A propina ao senegalês foi debitada de uma dívida de Soares com Sérgio Cabral. O empresário obteve mais de R$ 3 bilhões em contratos com o estado do Rio de Janeiro. As novas provas que basearam o pedido de prisão contra o presidente do COB e seu braço-direito são e-mails, encontrados no comitê, trocados entre Nuzman, Gryner e Papa Diack, filho de Lamine Diack. (Com agências de notícias)

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