Comitê do Nobel reconhece importância do “lado humano” da economia e premia Richard Thaler

(Divulgação)

A Academia Real de Ciências da Suécia laureou, nesta segunda-feira (9), o norte-americano Richard H. Thaler, da Universidade de Chicago, com o Prêmio Nobel de Economia de 2017 por seu trabalho no âmbito da economia comportamental (behavioural economics).

O secretário da Academia, Goeran Hansson, afirmou que o americano foi premiado por seu “entendimento da psicologia da economia”. O comitê do Nobel afirmou que o trabalho de Thaler mostra como aspectos humanos afetam decisões individuais, bem como o comportamento da economia em geral, “ao explorar as consequências da racionalidade limitada, preferências sociais e falta de autocontrole”.

Segundo o comitê do Nobel, o economista de 72 anos “tornou a economia mais humana” e é um pioneiro da economia comportamental. Thaler estabeleceu uma ponte entre economia e psicologia para mostrar uma “análise mais realista de como pessoas pensam e se comportam quando tomam decisões econômicas”, afirmou.

“Suas descobertas empíricas e percepções teóricas foram instrumentos para a criação do campo da economia comportamental, inovador e em rápida expansão e que tem um profundo impacto sobre várias áreas da pesquisa e da política econômica”, disse o comitê.


Prêmio único

Logo após o anúncio do prêmio, Thaler disse por telefone ao comitê que considera que o maior impacto de sua pesquisa é “o reconhecimento de que agentes econômicos são humanos e de que modelos econômicos precisam incorporar essa noção”. Thaler receberá o prêmio, no valor de 9 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão), no dia 10 de dezembro em Estocolmo.

Thaler fez uma aparição, como ele mesmo, no filme “A Grande Aposta” (The Big Short), de 2015, que trata do colapso da bolha imobiliária que levou à crise financeira global de 2008. “Acho que o presidente Trump deveria ver o filme”, afirmou a jornalistas, por telefone.

A Universidade de Chicago, onde Thaler estuda economia comportamental e é docente, parece ser popular no comitê do Nobel de Economia. Dos 79 laureados com o prêmio, mais de um terço é afiliado à escola de economia da instituição.

Em 2016, o Prêmio Nobel de Economia foi atribuído ao economista britânico-americano Oliver Hart e a Bengt Holmström, da Finlândia, por pesquisa em teoria de contratos – que ajudou a desenhar políticas de seguros e de remuneração de executivos.

O Nobel de Economia foi criado pelo Banco Central da Suécia em 1968. Os demais prêmios Nobel foram criados pelo testamento do inventor e filantropo sueco Alfred Nobel, em 1965. O testamento não continha a menção às Ciências Econômicas, e até hoje se discute a definição “ciência” para a economia. (Com agências internacionais)

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