Bush e Obama criticam o apasquinado Donald Trump

Em declarações separadas, os ex-presidentes Barack Obama e George W. Bush, dos Estados Unidos, teceram críticas ao governo Donald Trump. Enquanto Obama condenou o fomento a divisões na sociedade, Bush desaprovou a intimidação e enfatizou o importante papel dos imigrantes e do comércio internacional.

De volta ao palanque eleitoral pela primeira vez desde que deixou a presidência, Obama pediu aos eleitores que rejeitem uma “política de divisão” crescente que, segundo ele, está corroendo a democracia do país.

Sem mencionar seu sucessor Trump nominalmente, Obama afirmou em comícios em Nova Jersey e Virgínia que os eleitores podem enviar uma poderosa mensagem sobre o tipo de política que querem apoiando o Partido Democrata nas eleições para governador nos dois estados, em sete de novembro.

“O que não podemos ter é a mesma velha política de divisão que vimos tantas vezes antes, que remonta a séculos”, disse Obama perante a uma multidão em Newark, Nova Jersey. “Algumas das políticas que vemos agora acreditávamos que tínhamos erradicado. Estamos olhando 50 anos para trás. Estamos no século 21, e não no século 19.”

Em parada posterior, em Richmond (Virgínia), Obama afirmou que a política moderna cada vez mais não reflete os valores básicos de inclusão americana e que está afastando as pessoas do processo. “Se você tem que ganhar uma campanha dividindo pessoas, você não poderá governá-las. Você não poderá uni-las mais tarde”, afirmou Obama.

Em Nova Jersey, pesquisas de opinião dão larga vantagem ao candidato democrata Phil Murphy para suceder ao governador republicano Chris Christie. A Virgínia é um estado fundamental e o único sulista no qual Hillary Clinton derrotou Trump na campanha presidencial de 2016. Sua importância é ampliada pela proximidade com Washington. O candidato democrata Ralph Northam ostenta leve vantagem sobre seu concorrente republicano Ed Gillespie.


Bush: “Intimidação e preconceito”

Obama teceu seus comentários poucas horas depois de o ex-presidente republicano Bush também ter criticado indiretamente Trump com um discurso em que citou “intimidação e preconceito” ao defender imigrantes e o comércio.

Bush, de 71 anos, realizou um raro discurso público para debater nacionalismo, as divisões raciais e a intervenção da Rússia nas eleições de 2016, todos pontos de destaque no período de nove meses de governo Trump. Bush não mencionou o atual presidente dos EUA pelo nome.

“Intimidação e preconceito em nossa vida pública estabeleceram um tom nacional, deram permissão para crueldade e intolerância e comprometeram a educação moral das crianças. A única maneira de transmitir valores civis é primeiramente vive-los”, disse Bush no Fórum sobre Liberdade, Mercados Livres e Segurança do Instituto Nacional Bush, em Nova York.

Presidente dos EUA de 2001 a 2009, Bush enfatizou o importante papel dos imigrantes e do comércio internacional, duas áreas políticas que Trump tem criticado avidamente. “Nós vimos o nacionalismo distorcido em nativismo, esquecemos o dinamismo que a imigração sempre trouxe aos EUA”, disse Bush. “Vemos uma queda da confiança no valor dos mercados livres e do comércio internacional, esquecendo que o conflito, a instabilidade e a pobreza seguem o protecionismo.”

Trump tem tido uma relação conturbada com a família Bush. Ele desprezou o ex-governador da Flórida Jeb Bush, um oponente inicial nas primárias republicanas, e criticou George W. Bush pela guerra no Iraque e por ter sido o presidente dos EUA durante o 11 de Setembro. (Com agências internacionais)

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