Para a infelicidade geral da nação, a política brasileira caminha na direção do abismo. Gostem ou não os mais apressados, a solução está no voto consciente, que promoverá mudança profunda no cenário político e preservará a democracia.
Com a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, a oposição, em especial o Partido dos Trabalhadores e seus “puxadinhos” ideológicos, tem modulado o discurso para disparar críticas na direção do Palácio do Planalto, como se a era petista não tivesse levado o País à débâcle.
De chofre é preciso salientar que ao atacar Michel Temer o PT, como um todo, dá um doloroso tiro no pé, pois os “companheiros” escolheram em duas ocasiões o peemedebista para fazer dupla com Dilma Rousseff. E assim decidiram porque o PMDB não causaria dificuldades para o avanço da roubalheira sistêmica inaugurada por Lula e continuada por Dilma.
Tentando ressurgir na cena política depois do estrago promovido pela Operação Lava-Jato e seus desdobramentos, o PT ensaia um discurso moralista que não encontra eco no eleitorado, exceto na parcela de eleitores que continua apostando na tese de que o partido e seus caciques são vítimas de golpe e perseguição.
Líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini não perde a pose e enche os pulmões para criticar a ação do Palácio do Planalto para barrar a denúncia contra Temer (organização criminosa e obstrução à Justiça). O partido de Zarattini adotou procedimento idêntico em várias ocasiões, mas aos petistas esse tipo de ação não vale quando protagonizada por adversários.
Ciente de que Michel Temer sairá vitorioso na votação em plenário da próxima quarta-feira (25), quando os deputados decidirão se a denúncia deve ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Zarattini tem condenado o que chama de “cooptação” por parte do governo.
Essa cantilena não tem um grama de lógica, mas serve como ferramenta para o PT evitar derrocada política ainda maior. E criticar um adversário pode ser uma solução momentânea. O líder petista tem o direito à livre manifestação do pensamento, mas é preciso recordar que os governos Lula e Dilma valeram-se da corrupção sistêmica como forma de garantir apoio no Congresso. Aliás, a opinião pública ainda não apagou da memória os escândalos “Mensalão do PT” e “Petrolão”.
A grande questão envolvendo a denúncia contra Michel Temer, assim como tantas passadas e outras futuras, é que o julgamento se dá no âmbito político, quando na verdade deveria ocorrer apenas na seara jurídica. Não se trata de defender Temer, até porque o UCHO.INFO não tem procuração para tanto, mas de exigir que disputas políticas não cheguem ao ponto de provocar mudanças ilegais capazes de mandar o País pelos ares.