Terremoto deixa mais 700 mortos, 7 mil feridos e 70 mil desabrigados na fronteira entre Irã e Iraque

O terremoto de magnitude 7,3 na escala Richter que no domingo (12) atingiu a região norte da fronteira entre o Irã e o Iraque deixou mais de 700 mortos nos dois países do Oriente Médio, além de 7,5 feridos e mais de 70 pessoas desabrigadas. A maior parte das vítimas foi do lado iraniano.

A área atingida pelo abalo sísmico é uma região rural montanhosa, onde os residentes dependem basicamente da agricultura para sobreviver. O tremor matou ao menos sete pessoas no Iraque e feriu 535 – todas na região curda semiautônoma do norte do país, segundo o Ministério do Interior do Iraque.

O governo iraniano informou que “as operações de resgate na província de Kermanshah terminaram”, segundo declaração de Pir-Hossein Kolivand, chefe dos Serviços Médicos de Emergência do Irã na TV estatal.

De acordo com a emissora iraniana, milhares de pessoas se amontoam em abrigos improvisados, enquanto outras passam a segunda noite na rua por medo de mais tremores. De acordo com a agência Associated Press, o terremoto teve mais de 193 réplicas.

O tremor eclodiu a uma profundidade de 23,2 quilômetros e chegou a ser sentido na costa do Mar Mediterrâneo, na Turquia e em Israel. O maior dano aparentemente ocorreu na província de Kermanshah, no oeste iraniano, localizada nas montanhas de Zagros, que separam o Irã e o Iraque. Redes sociais e agências de notícias iranianas mostraram imagens e vídeos de pessoas fugindo de suas casas no meio da noite.


O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ofereceu suas condolências na manhã desta segunda-feira (13) e pediu aos socorristas e às agências governamentais que façam todo o possível para ajudar os afetados. A agência semioficial de notícias Ilna reportou que ao menos 14 províncias no Irã foram afetadas pelo terremoto.

No Iraque, o tremor sacudiu edifícios e casas de Irbil até Bagdá, onde pessoas fugiram para as ruas. Residentes da capital relataram pânico e correria.

“Eu estava jantando na mesa com meus filhos quando, de repente, senti o prédio dançar no ar”, contou Majida Ameer, que então correu para fora do edifício com as crianças. “Primeiro pensei que era uma bomba. Mas então ouvi pessoas ao meu redor gritando ‘terremoto!’.”

A cidade iraquiana de Halabja, a mais próxima do epicentro do abalo, é conhecida pelo ataque químico de 1988, no qual o regime dedo então ditador Saddam Hussein matou cerca de cinco mil pessoas com gás mostarda – o mais letal ataque de armas químicas contra civis.

O Irã está localizado sobre falhas geológicas e é propenso a terremotos. Em 2003, um sismo de magnitude 6,6 destruiu a cidade histórica de Bam, matando aproximadamente 26 mil pessoas. O último grande terremoto ocorrido no Irã atingiu a província do Azerbaijão Oriental, em agosto de 2012, causando a morte de mais de 300 pessoas. (Com agências internacionais)

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