Governo tenta ajustar as contas, mas ministro de Temer anuncia aumento real do Bolsa Família em 2018

Depois de longos anos de convivência próxima e diária com o Partido dos Trabalhadores, o PMDB parece ter adquirido os vícios do partido que conseguiu a proeza de arruinar o País. O PMDB palaciano dá sinais de que adotou o populismo barato, assim como aprendeu a não combinar com antecedência os discursos oficiais.

Debruçado sobre o canhestro e imundo balcão de negócios do Congresso Nacional para tentar aprovar a agenda econômica, cujo objetivo é viabilizar um caminho para o ajuste fiscal, o governo do presidente Michel Temer parece não estar preocupado com o corte de gastos, apesar do palavrório palaciano.

Ciente de que pode encolher eleitoralmente no vácuo dos escândalos de corrupção e da adoção de medidas consideradas impopulares, o PMDB busca um discurso que vá ao encontro da parcela desavisada do eleitorado. Para tanto, o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social), do PMDB gaúcho, anunciou, na segunda-feira (13), que os benefícios do programa “Bolsa Família” terão aumento acima da inflação em 2018, ano de eleições.


Considerando que o governo Temer se debate para tentar ajustar as contas, anunciar aumento real do Bolsa Família é ir na contramão da ordem estabelecida pela equipe do governo. Ademais, é preciso saber se Osmar Terra conversou antecipadamente com os ministros da área econômica para saber se sua promessa tem doses mínimas de viabilidade. Do contrário, Terra terá arrumado um problema enorme para o governo, da mesma forma que será cobrado por promessa impossível de ser cumprida.

O programa “Bolsa Família” fugiu da proposta inicial e transformou-se em ferramenta de manutenção e ampliação do curral eleitoral do PT ao longo dos treze anos em que o partido esteve no comando do País. É importante salientar que a inflação está em queda, o que significa que, mesmo sem aumento real, o benefício do programa já teve um ganho em termos de poder de compra.

É importante ressaltar que o Bolsa Família não pode continuar existindo sem uma porta de saída para aqueles que ingressam no programa social do governo. Ou seja, é preciso que os beneficiários troquem o programa por um emprego, sob pena de o contribuinte ser obrigado a custear a manutenção do ócio remunerado.

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