Alvo da Lava-Jato, a dissimulada Gleisi aguarda as alegações finais da PGR no caso de propina do Petrolão

A Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge, apresentará na próxima semana as alegações finais contra a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), acusada de corrupção por sete delatores do Petrolão.

A denúncia em questão refere-se a uma das graves acusações que pesam contra a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, mas, para o desespero da petista, é uma das mais fundamentadas. Trata-se do recebimento de propina (R$ 1 milhão) com origem no esquema criminoso que funcionava na Petrobras e que abasteceu a campanha de Gleisi Helena em 2010, que levou-a ao Senado.

De acordo com a força-tarefa da Procuradoria-Geral da República (PGR), Gleisi Helena e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), teriam recebido R$ 1 milhão no escopo do esquema conhecido como Petrolão.

Os procuradores da República afirmam que o dinheiro foi pago pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, já condenado no âmbito da Operação Lava-Jato e beneficiado por acordo de colaboração premiada.


Outras acusações também levarão a senadora a dar explicações à Justiça nos próximos meses. Entre as acusações está a que tem Gleisi no radar das investigações da Operação Custo Brasil, que esmiúça a subtração de mais R$ 100 milhões de servidores federais e aposentados que recorreram a empréstimos consignados por meio do sistema Consist.

O esquema descoberto pela Custo Brasil, que seria comandado por Paulo Bernardo, teria custeado contas pessoais da senadora, como, por exemplo, o salário do seu motorista em Curitiba.

É fato que denúncias de corrupção têm tirado o sono da senadora petista, que aparece nas planilhas de propina das empreiteiras da Lava-Jato, mas Gleisi Helena ainda deve aos brasileiros de bem uma explicação minimamente convincente sobre a nomeação de um pedófilo ao cargo de assessor especial da Casa Civil.

Condenado a mais de cem anos de prisão por estupro de vulneráveis (menores de 14 anos), o petista Eduardo Gaievski foi incumbido pela então ministra Gleisi Hoffmann de coordenar os programas federais destinados a crianças e adolescentes. Uma reedição tropical da fábula a raposa e o galinheiro.

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