Há na política brasileira corruptos de todos os naipes e disposição para a ilicitude: os que querem açambarcar o universo cometendo crimes, os que agem como meros batedores de carteira. Esse cenário também se fez presente no Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção da história da Humanidade.
A roubalheira sistêmica criada e implantada pelo finado José Janene, então deputado federal pelo Partido Progressista, como forma de substituir o Mensalão do PT começou em algumas diretorias da Petrobras, mas acabou se alastrando por vários setores da máquina federal, beneficiando políticos corruptos de legendas que integravam a chamada base de sustentação dos governos petistas (leia-se Lula e Dilma Rousseff).
Analisando o nível dos criminalistas que gravitam na órbita da Operação Lava-Jato não é difícil imaginar o quanto foi roubado dos cofres públicos. Como vem afirmando o UCHO.INFO desde o desmonte do Petrolão, em março de 2014, os criminosos devem explicações à opinião pública sobre a origem do dinheiro usado para custear honorários milionários de advogados badalados. E as autoridades não podem ignorar fato de tanta importância.
Como mencionado acima, o Petrolão conseguiu agregar assaltantes do trem pagador e ladrões de galinha. A primeira classe da bandidagem que saqueou os cofres da Petrobras e outras estatais por certo amealhou dinheiro sujo suficiente para, quando flagrados pela polícia, fazer frente a honorários advocatícios milionários, na casa dos sete dígitos ou mais.
Por outro lado, a ralé do Petrolão, que se dava por satisfeita ao receber a raspa do tacho da roubalheira, embolsou um butim capaz de custear contas comezinhas ou quitar dívidas pequenas. Isso significa que para serem defendidos por advogados caros esses bandoleiros com mandato tiveram de continuar no crime. Até porque, ninguém ainda descobriu a receita do milagre da multiplicação das cédulas.
Alguns desses políticos da raia miúda do Petrolão tiveram de se envolver em novos casos de corrupção para garantir o dinheiro dos honorários advocatícios. Ou seja, cometeram um novo crime para tentar se livrar de outro anterior. Enquanto isso, à imprensa esses delinquentes alegavam inocência e entoavam discursos moralistas. Talvez continuem na seara da corrupção, pois apostam sempre na impunidade.
O editor do UCHO.INFO conhece alguns desses marginais e os caminhos que cada um percorreu para conseguir o dinheiro sujo que financiou defesas milionárias. Alguém há de perguntar por qual razão não denunciamos esses crimes, mas a grande questão é chegar às provas. O que exigiria quebra de sigilos (fiscal, bancário e telefônico), prerrogativa da Justiça e dos investigadores.
Basta que as autoridades queiram investigar a movimentação financeira de todos os envolvidos no Petrolão, não sem antes escarafunchar o cotidiano de cada meliante. Em alguns casos as aberrações aritméticas são tão acintosas, que é impossível não perceber as evidências do crime.