Trump ataca o FBI após ex-conselheiro admitir que mentiu à agência no caso do escândalo russo

Presidente dos Estados Unidos, o bufão Donald Trump atacou duramente o FBI no domingo (3), como forma de tentar minimizar os efeitos do bombástico depoimento de Michael Flynn, seu ex-assessor. Em uma série de publicações no Twitter, o republicano afirmou que a reputação da agência federal está “em frangalhos”, mas prometeu trazê-la “de volta à grandeza”.

O presidente afirmou que o atual diretor do FBI, Christopher Wray, “precisa limpar a casa” e que a reputação da agência federal está caindo no últimos anos, em referência ao período em que o ex-diretor James Comey a dirigiu, até ser afastado por Trump, em maio.

Trump também negou ter pedido a Comey que parasse a investigação sobre Michael Flynn, ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, forçado a se demitir por mentir sobre seus contatos com representantes russos.

“Nunca pedi a Comey para parar a investigação sobre Flynn. Mais uma notícia falsa para cobrir outra mentira de Comey”, escreveu Trump no Twitter. No Congresso, em junho, Comey afirmara que o presidente se dirigira a ele para perguntar se seria possível “deixar Flynn ir”.

As inúmeras postagens foram feitas por Trump entre sábado e domingo, após a notícia de que o general reformado Flynn havia se declarado culpado por mentir ao FBI sobre seus contatos com o embaixador russo nos EUA antes de o bilionário assumir a presidência dos EUA.

Os investigadores também disseram que Michael Flynn está cooperando com as autoridades e estaria preparado para testemunhar que recebeu instruções de “um funcionário sênior” da equipe de transição para entrar em contato com os russos.


No sábado, Trump tuitou que teve que demitir Flynn porque “ele mentiu para o vice-presidente e para o FBI. Ele se declarou culpado por essas mentiras”. A mensagem dá a entender que, ao demitir Flynn, no dia 13 de fevereiro, Trump estaria ciente de que seu ex-consultor teria mentido para o FBI.

O advogado John Dowd, que defende Trump, assumiu a responsabilidade pela declaração no perfil do presidente no Twitter sobre as mentiras de Flynn, afirmando que o erro foi seu ao elaborar o texto da mensagem antes que ela fosse divulgada na rede social do republicano.

“O erro foi que eu deveria ter mencionado a mentira ao FBI numa linha separada, em referência à admissão de culpa”, disse Dowd. “Mas eu coloquei tudo junto e deixei vocês malucos”, afirmou o advogado à imprensa, reiterando que o presidente apenas soube das mentiras quando Flynn foi formalmente acusado por elas. “Assumo a responsabilidade”, disse o advogado. “Peço desculpas por desorientar o público”, completou.

Após a série de postagens no Twitter, o senador republicano Lindsey Graham alertou o presidente que ele “tuíta e comenta sobre investigações criminais em andamento sob sua própria conta e risco. Eu tomaria cuidado se fosse o senhor, presidente.”

A senadora Dianne Feinstein, principal representante dos democratas no Comitê de Justiça do Senado, disse que o painel começa a perceber que um caso de obstrução da Justiça contra o presidente está se formando.

“Vejo isso nas acusações e em alguns comentários. Vejo isso na atitude hiperfrenética da Casa Branca, nos comentários diários, nos tuítes contínuos. E, mais importante, na demissão do diretor Comey, e creio que ela aconteceu porque ele não concordou em abafar a investigação sobre a Rússia. Isso é obstrução da Justiça”, declarou. (Com agências internacionais)

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