Pesquisa de opinião, dizem os especialistas, tem fundamento científico. O UCHO.INFO não está a contestar esse entendimento, mas vê-se na obrigação de colocar em xeque o empirismo que marca algumas pesquisas eleitorais. Afinal, o que mostram as pesquisas eleitorais não se confirma no cotidiano nacional. Longe de duvidar da seriedade dos levantamentos feitos pelos institutos, lembramos que nosso papel como veículo de comunicação que se dedica ao jornalismo opinativo é confrontar situações.
O Brasil vive um momento político peculiar, em que a polarização radical dá o tom, pelo menos por enquanto, da corrida presidencial de 2018. De um lado está o alarife esquerdista, “pero no mucho”, Luiz Inácio da Silva, o dramaturgo do Petrolão, de outro, o radical de direita Jair Bolsonaro, que agora tenta ludibriar a opinião pública com um duvidoso comportamento moderado e democrático.
O foco dessa matéria é a incongruência das recentes pesquisas em relação a Lula, que, desrespeitando o que determina a legislação eleitoral vigente, está em franca campanha a reboque de caravanas Brasil afora.
Pois bem, se o petista-mor lidera a próxima disputa pelo Palácio do Planalto em todos os cenários, segundo os institutos de opinião, não há explicação para a dificuldade que Lula vem enfrentando para reunir supostos simpatizantes por onde passa.
Há dias, no Espírito Santo, o ex-presidente reuniu em seus comícios um contingente tão reduzido de entusiastas, que não demorou muito para que se tornasse piada entre os capixabas.
No Rio de Janeiro, etapa seguinte da mais recente caravana, Lula não apenas enfrentou rumorosos protestos de opositores, mas precisou usar a máquina da prefeitura de Maricá para não passar vergonha. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, o prefeito da cidade fluminense, Fabiano Horta, obrigou os servidores municipais a participarem do comício de Lula. E todos – ou quase todos – estavam na praça da cidade de Maricá para ouvir o protagonista do maior esquema de corrupção da história da Humanidade, no horário em que deveriam estar dando expediente nas repartições públicas.
Sempre debochado e abusando do “non sense” para, em rompantes de populismo barato, reconquistar a militância desgarrada, Lula ousou afirmar nas plagas fluminenses que a culpa da difícil situação enfrentada pelo Rio de Janeiro é da Operação Lava-Jato, que desmontou a roubalheira sistêmica e flagrou políticos de todos os naipes na cena do crime.
Ora, se Lula é líder nas pesquisas e venceria a eleição presidencial se o certame fosse hoje, não há razão para recorrer a expedientes nada republicanos e muito menos fazer declarações absurdas apenas porque o estado do Rio de Janeiro derrete na esteira dos efeitos colaterais do banditismo político nacional.