Concordem ou não os brasileiros, a reforma da Previdência é essencial, principalmente para acabar com os privilégios de uma minoria abastada e permitir o ajuste das contas públicas. O governo cometeu dois erros crassos no âmbito da matéria: apresentou o projeto de reforma com atraso, o que deveria ter ocorrido quando a popularidade do presidente Michel Temer ainda estava em patamares medianos, e demorou para lançar campanha publicitária explicando à opinião pública o conteúdo da reforma.
Vencidos esses dois tropeços, o governo e lideres políticos começaram a atuar para garantir os 308 votos necessários para a aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Há aproximadamente quinze dias, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM—RJ), estava desanimado em relação à reforma, mas depois de uma série de rega-bofes políticos em Brasília, no primeiro final de semana de dezembro, recobrou a confiança sobre a possibilidade de aprovar a matéria ainda em 2018.
O calendário avançou e Maia voltou a ficar pessimista, a ponto de afirmar que a votação da reforma da Previdência corre o risco de não acontecer antes do recesso do Legislativo. O presidente da Câmara dos Deputados chegou a dizer que o governo tinha entre 325 e 330 votos a favor da reforma, mas sua calculadora voltou a patinar.
Os parlamentares, inclusive os da oposição, sabem que a reforma da Previdência é crucial para o País, mas adotam o jogo rasteiro por questões distintas. A oposição contesta a reforma por razões partidárias e eleitorais, até porque esse discurso contrário ao governo e à matéria encontra eco em parte do eleitorado, em especial naquela minoria privilegiada formada por servidores públicos.
Na seara da base governista, a situação é diferente e marcada pela covardia. Nesse nicho, muitos dos que discursam contra a reforma ou criam dificuldades têm o objetivo de polarizar a discussão acerca do tema, apenas porque é preciso mostrar à parcela incauta dos brasileiros a ineficácia de uma candidatura de centro.
Quem cai nessa esparrela situacionista sequer imagina que interesses escusos existam por trás de um discurso que aparentemente defende os aposentados e pensionistas da Previdência. Na verdade, a mencionada polarização, que ameaça a retomada da economia e o ajuste das contas públicas, serve para manter vivas candidaturas movidas pelo radicalismo político, como se o Brasil precisasse a essa altura do ortodoxismo da esquerda ou da direita.
Que ninguém se deixe levar por essa falsa preocupação de parlamentares inescrupulosos, pois em jogo estão interesses eleitorais escusos e camuflados, os quais poderão levar o País de volta à crise econômica, assim como comprometer o pagamento de aposentadorias e pensões no médio prazo.
Não se pode ignorar o fato de que a reforma da Previdência, desidratada depois da pressão dos partidos políticos, passará próximo da inocuidade, caso seja aprovada. A situação da Previdência é grave, a ponto de exigir que uma nova reforma seja realizada dentro de cinco anos aproximadamente. Ou seja, é melhor mudar agora, antes que seja tarde.
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Ciente da importância da reforma da Previdência Social, cuja aprovação é primordial para o equilíbrio das contas públicas e para acabar com os privilégios de uma minoria abastada, o UCHO.INFO está veiculando as campanhas publicitárias do governo federal sem qualquer contrapartida financeira. Tal decisão baseou-se no nosso compromisso de fazer jornalismo sério e de qualidade, levando a cada brasileiro a verdade dos fatos e a melhor informação.