Nesta sexta-feira (15), a FIFA anunciou que o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, está suspenso provisoriamente, pelo período de 90 dias, todas as atividades futebolísticas. Com a decisão, Del Nero, que por medo de ser preso há muito se recusa a sair do Brasil, terá de deixar a presidência da CBF.
Indiciado nos Estados Unidos, em 2015, por corrupção, Marco Polo Del Nero se recusava desde então a deixar o comando do futebol brasileiro. Antonio Carlos Nunes da Silva, o coronel Antonio Nunes, mais velho dos vice-presidentes da CBF, assumirá o comando da entidade interinamente.
Após abrir processo no mesmo ano, a FIFA declarou durante meses a fio não ter condições de punir o cartola brasileiro por falta de provas, apesar da comprometedora documentação enviada pela CPI do Futebol, que funcionou no Senado Federal.
A situação de Marco Polo Del Nero piorou sobremaneira no vácuo dos muitos documentos apresentados por promotores dos EUA durante o julgamento de José Maria Marin, em Nova York, onde o cartola encontra-se em prisão domiciliar.
No julgamento de Marin, o agora presidente afastado da CBF foi acusado de ter se beneficiado de propinas no valor de US$ 6,5 milhões. Para piorar o que já era ruim, a defesa de Marin afirmou no tribunal de NY que Del Nero era quem de fato mandava na CBF, mesmo na condição vice-presidente. Algo que sempre foi público e notório.
A FIFA, que considera a situação de Marco Polo Del Nero insustentável, decidiu pela suspensão após receber documentos enviados pelos promotores norte-americanos. “Durante esse tempo, Del Nero está banido de todas as atividades do futebol, tanto em nível nacional quanto internacional”, informou o Comitê de Ética da FIFA. “A suspensão entra em vigor imediatamente”, anunciou o órgão.
No caso de a FIFA optar pela prorrogação da suspensão por mais 45 dias, possibilidade considerada na decisão do Comitê de Ética, Del Nero ficará longe da CBF até 1º de maio de 2018, inviabilizando seu plano de convocar nova eleição em abril.
Enquanto durar a suspensão provisória, o melhor que Marco Polo Del Nero pode fazer é mergulhar no ostracismo e não tentar reverter a decisão. Contudo, se a FIFA decidir por suspendê-lo definitivamente do futebol ou, então, aplicar uma multa (considerada pena branda diante do escândalo), o cartola poderá recorrer ao Tribunal Arbitral dos Esportes.
A grande questão é que para recorrer Del Nero terá de viajar à Suíça, hipótese desde já descartada, pois autoridades americanas aguardam a primeira oportunidade para prendê-lo além das fronteiras verde-louras. Resumindo, os dias de Del Nero no futebol nacional estão contados.
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