Cartel de empreiteiras já provoca danos nas eleições de 2018, que exigirão mais dinheiro de caixa 2

Como afirma o UCHO.INFO há mais de uma década, política no Brasil faz-se somente com muito dinheiro, na maioria das vezes de origem desconhecida ou ilícita. De igual modo, não há na política nacional um político sequer que desconheça o malfadado caixa 2. Essa afirmação é constante neste noticioso e foi confirmada pelo empresário Marcelo Odebrecht em um dos depoimentos no âmbito do acordo de colaboração premiada da Operação Lava-Jato.

O mais estranho nesse cenário é que campanhas eleitorais custam muito além dos valores informados à Justiça Eleitoral, que por sua vez prefere fechar os olhos para o óbvio. Em 2014, por exemplo, a campanha da petista Dilma Rousseff pela reeleição não custou menos do que US$ 400 milhões, valor que pode ser facilmente confirmado por qualquer marqueteiro experiente. O gasto varia de acordo com a popularidade do candidato. Como naquele ano Dilma começava a enfrentar os efeitos colaterais do Petrolão e as primeiras consequências de uma política econômica desastrada, o gasto foi maior do que o planejado.

O foco desta matéria não é a reeleição da agora afastada (impedida) Dilma Vana Rousseff, mas o estrago que os acordos de leniência da Camargo Corrêa e da Odebrecht provocarão na corrida presidencial e nas eleições estaduais do próximo ano.

Flagrada no Petrolão como uma das empreiteiras que participaram do roubo aos cofres da Petrobras, a Camargo Corrêa informou às autoridades que integrou o cartel de construtoras em sete estados e no Distrito Federal na esfera de obras ferroviárias e metroviárias. Ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Odebrecht entregou documentos que confirmam a formação de cartel em governo do PSDB, principalmente no Estado de São Paulo.


Por enquanto, o maior prejudicado com esses acordos de leniência é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que recentemente assumiu a presidência do PSDB e deverá ser confirmado em breve como candidato do partido ao Palácio do Planalto. Outro político que sofrerá com os tais acordos é o senador José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo e que já começava a se movimentar nos bastidores para ser escolhido como candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes.

A questão de cartel para a execução de obras do Metrô e da CPTM em São Paulo não é novidade. O assunto é requentado e desde que surgiu a primeira notícia sobre o escândalo nada foi feito para esclarecer os malfeitos. Aliás, Alckmin, em pomposo e moralista discurso no Palácio dos Bandeirantes, anunciou a criação de comissão externa e independente para apurar o caso com o máximo rigor, mas desde então nenhuma informação sobre o escândalo foi repassada aos paulistas. O UCHO.INFO cobrou durante meses a fio um posicionamento do governador do mais importante estado da federação, mas os palacianos fizeram ouvidos moucos.

O problema maior não está apenas nos escândalos de corrupção, os quais tornaram-se a marca do cotidiano nacional, mas no custo das campanhas eleitorais dos políticos que estão no olho do furacão que sacode o País. Passar à opinião pública a imagem de inocente e bem intencionado de um político envolvido em escândalo não é tarefa simples e custa muito dinheiro.

Como os custos das campanhas são sempre maiores do que os valores declarados à Justiça Eleitoral, resta saber de onde sairá o dinheiro para bancar a gastança que se avizinha. Infelizmente, o Brasil há foi flagrado pela espiral da corrupção, que impede que a nação livre-se dessa chaga que atormente os cidadãos.

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