Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores reuniu-se nesta segunda-feira (15) com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir providências no âmbito das ameaças recebidas pelos magistrados que julgarão, no próximo dia 24, em Porto Alegre, o recurso contra a condenação do ex-presidente Lula no caso do malfadado apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista.
Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após encontro de pouco mais de uma hora com a ministra Cármen Lúcia, que também preside o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem um departamento para cuidar da segurança de magistrados. O desembargador tem encontros marcados também com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, e com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício à presidente do STF e a outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF), para que fossem investigadas as ameaças recebidas pela internet e por telefone, direcionadas ao TRF-4 e aos três desembargadores que julgarão o recurso de Lula: João Gebran Neto, relator; Victor Laus e Leandro Paulsen.
Na última semana, o presidente do TRF-4 assinou portaria suspendendo o expediente e dispensando funcionários de comparecem ao Tribunal no dia do julgamento de Lula. Preocupado com a segurança, Thompson Flores também reuniu-se com deputados do PT, a quem pediu cooperação para manter pacíficas as manifestações previstas em Porto Alegre, onde fica a sede da corte recursal.
Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal, em julho do ano passado, a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-presidente foi acusado de receber propina da empreiteira OAS na forma do triplex praiano, em troca de favorecimentos em contratos na Petrobras.
A pirotécnica defesa do ex-metalúrgico nega as acusações e afirma ter ficado provado que Lula nunca foi nem seria proprietário do mencionado imóvel. Os advogados do ex-presidente alegam que o petista sofre uma perseguição política por intermédio do Judiciário, numa tentativa de inviabilizá-lo politicamente, tática conhecida como “lawfare”. (Com ABr)
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