Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ) adota o estilo bumerangue quando o assunto é a corrida ao Palácio do Planalto. Flertando de forma insistente com a Presidência da República, Maia afirmou mais uma vez que não é candidato ao posto. Uma decisão coerente, pois seu cacife eleitoral é baixo e faria o seu partido, o Democratas, encolher novamente no cenário político nacional.
O Democrata, por sua vez, promete apresentar na convenção da legenda um documento que não apenas defende a candidatura de Rodrigo Maia, mas prega o distanciamento em relação às candidaturas dos extremistas Jair Bolsonaro e Lula. O documento destaca as agendas econômica, social e de segurança pública, com ênfase no “rigor no combate ao crime e à violência”.
De chofre é preciso destacar que o Democratas está encalacrado em escândalos de corrupção, por isso não tem condições de enveredar na seara do falso moralismo de ocasião. Ademais, é preciso reforçar que o combate e à criminalidade e à violência passa obrigatória e principalmente pelos investimentos em políticas sociais, começando pela educação. Sem esse vetor, falar em combate ao crime é mera balela eleitoral.
O desespero de muitos partidos diante da necessidade de sobrevivência tem levado vários políticos a cogitarem voos mais altos nas eleições deste ano. A grande questão é que no caso de Rodrigo Maia a demora na aprovação de medidas econômicas apresentadas pelo governo Temer pode levar seu projeto político para o ralo.
Encantado com o poder e principalmente pelo fato de, no momento, ser o primeiro na linha sucessória presidencial, o que tem lhe proporcionado o direito de comandar o País em algumas ocasiões, Maia deveria se dar por satisfeito caso consiga a reeleição. É importante ressaltar que nas eleições de 2014 o presidente da Câmara conseguiu apenas 53.167 votos, 29º candidato a deputado federal mais votado do Rio de Janeiro.
Para quem, oito anos antes, em 2010, arrancou 235.111 votos das urnas, o que lhe conferiu o status de terceiro mais votado do Rio de Janeiro, Rodrigo Maia e o Democratas estão sonhando alto demais. Não se sabe se esse jogo de cena é de fato um projeto político marcado pela ousadia ou apenas mais uma investida contra o Palácio do Planalto para ter a devida contrapartida. Até porque, na política brasileira o jogo é bruto e sempre sujo. [Fotos: rodrigo_maia_1012 & rodrigo_maia_2007
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