Escândalos e declarações de Bolsonaro e do presidente do PSL mostram que um nasceu para o outro

Em campanha escancarada à Presidência da República, o que viola a legislação eleitoral, o deputado federal Jair Bolsonaro continua sem explicar o milagre da multiplicação que impulsionou seu patrimônio imobiliário e o dos filhos.

Conhecido por posições radicais, Bolsonaro, nos últimos meses, flertou com alguns partidos políticos para sair candidato ao palácio do Planalto, mas ao optar pelo PSL o parlamentar parece ter tomado a decisão mais acertada. O PSL é presidido há duas décadas pelo deputado federal (suplente) Luciano Caldas Bivar, de Pernambuco, cujo currículo fala por si só.

Empresário do ramo de seguros, Luciano Bivar é bacharel em Direito e pós-graduado em Educação Financeira pela NorthWest University, de Illinois (EUA), o que pode ser bom para Bolsonaro, o candidato que agora é conhecido pela capacidade de amealhar patrimônio muito além dos seus ganhos.

Por outro lado, o fato de Bivar ser bacharel em Direito pode permitir a Bolsonaro aprender que é ilegal usar a verba de auxílio-moradia, paga pela Câmara dos Deputados, para “comer gente”. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o parlamentar, que tem imóvel em Brasília e por conta disso não precisa do benefício, disparou: “Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava pra comer gente, tá satisfeita agora ou não? Você tá satisfeita agora?”.

Essa declaração absurda e machista vai ao encontro do pensamento de Luciano Bivar, que envolveu-se em enorme polêmica quando afirmou que, quando presidia o Sport Clube do Recife, pagou para que o jogador Leomar defendesse a Seleção Brasileira na Copa das Confederações de 2011.

“Eu empurrei um jogador para a seleção pagando comissão. Foi na época de Leomar”, disse durante a entrevista. “Não vou falar o nome (de quem recebeu a comissão), não vou levantar defunto”.


Com a repercussão do caso, Bivar mudou o discurso e disse que pagou a um lobista para que o volante do Sport integrasse a seleção, à época comandada por Emerson Leão. Mesmo assim, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu abrir procedimento investigativo para apurar o escândalo.

Assim como Jair Bolsonaro acredita ser normal usar a verba de auxílio-moradia par “comer gente”, Luciano Bivar disse na ocasião que esse procedimento era comum no mundo da bola. Ou seja, Bolsonaro e Bivar são a corda e a caçamba.

Luciano Bivar foi alvo de investigação do Ministério Público Federal no âmbito de uma rede criminosa – formada por operadores de câmbio, agências de turismo e laranjas – especializada em lavagem de dinheiro. De acordo com os documentos, o esquema movimentou, entre 1996 e 2002, mais de R$ 200 milhões.

Mas há um detalhe importante que reforça essa repentina proximidade entre Luciano Bivar e Jair Bolsonaro. Em 2006, quando concorreu à Presidência da República (ficou em sétimo lugar), Bivar disse, entre tantos absurdos, que, se eleito, “ninguém mais vai declarar Imposto de Renda no Brasil”.

Essa afirmação esdrúxula, típica de alguém que faz da política uma brincadeira contínua, cai como sussurro nos ouvidos de Jair Bolsonaro, que em 1999, durante entrevista à TV Bandeirantes, disse que teria sonegado impostos. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que sonegava “tudo que é possível”.

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