Em depoimento no Congresso dos EUA, ex-estrategista de Trump silencia sobre escândalo russo

Steve Bannon, ex-estrategista-chefe da Casa Branca, recusou-se nesta terça-feira (17) a responder a uma série de perguntas de um comitê do Congresso que investiga possíveis vínculos entre a campanha eleitoral do presidente Donald Trump e a Rússia. Bannon foi interrogado a portas fechadas por membros do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes durante horas.

De acordo com o líder democrata no comitê, Adam Schiff, o ex-estrategista se negou a responder aos questionamentos após seu advogado ser instruído pela Casa Branca. Esta teria recomendado a rejeição de qualquer pergunta sobre o período de transição imediatamente após a eleição de Trump, em novembro de 2016, ou sobre o período em que Bannon atuou no governo.

Também na terça-feira, o “The New York Times” noticiou que o procurador especial Robert Mueller intimou Bannon a depor diante de um grande júri na investigações sobre possíveis laços entre a campanha de Trump e Moscou. Segundo o jornal, essa é a primeira vez que Mueller intima uma pessoa do círculo mais próximo do presidente americano.

A Rússia nega ter interferido na eleição presidencial americana. Trump, por sua vez, descarta a existência de um conluio entre sua campanha e Moscou.

Do afeto à desavença

Bannon – um nacionalista linha-dura que tentou sacudir a política interna e externa dos EUA – foi demitido do cargo de estrategista em agosto passado. Ele atuou como um dos assessores mais próximos dos republicanos durante a campanha eleitoral de 2016, o período de transição até a posse de Trump e os primeiros meses da presidência.


Trump e Bannon tiveram desavenças públicas no início deste mês, em meio à publicação do livro “Fire and Fury: Inside the Trump White House” (“Fogo e Fúria: Por dentro da Casa Branca de Trump”), do jornalista Michael Wolff. No livro, Bannon relata o encontro do filho mais velho de Trump com uma advogada ligada ao Kremlin como “antipatriótico” e “um ato de traição”.

Após a divulgação das declarações, Trump afirmou que Bannon perdeu o juízo. “Steve Bannon não tem nada que ver comigo nem com minha presidência. Quando ele foi demitido, ele não só perdeu o emprego, ele perdeu o juízo”, acusou o presidente.

Após deixar a Casa Branca, em agosto, Bannon continuou a ter contato com Trump. Nesta terça-feira, ao ser interrogado pelo Comitê de Inteligência da Câmara, o ex-estrategista também se recusou a falar sobre essas conversas.

“Esperamos ter Bannon de volta no comitê em breve, com uma posição diferente da Casa Branca”, declarou Schiff.

Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, destacou que o governo vem colaborando com as investigações sobre os supostos laços com a Rússia. Mas, segundo ela, em todas as atividades dos legisladores que dizem respeito ao governo, o Congresso precisa consultar a Casa Branca antes de obter qualquer material confidencial. (Com agências internacionais)

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