Escândalo de assédio envolvendo secretário de Cultura de SP não é caso isolado na gestão Doria

O escândalo de assédio envolvendo o secretário de Cultura da cidade de São Paulo, André Sturm, vem sendo tratado com discrição, mas o episódio causou considerável mácula à imagem da prefeitura paulistana, sendo que João Agripino Doria Junior ainda não se posicionou de maneira adequada diante dos fatos.

A atitude mais acertada seria afastar temporariamente Sturm do cargo, enquanto a Controladoria-Geral do Município apura a denúncia contida em áudio gravado por Lara Pinheiro, assessora do secretário de Cultura.

A mencionada gravação, vazada na rede mundial de computadores, não deixa dúvidas a respeito da consumação do assédio sexual. No diálogo, gravado em novembro passado sem o conhecimento do secretário – o que não configura crime – Lara e Sturm trocam ofensas. E o responsável pela pasta da Cultura na cidade de São Paulo afirma que a assessora será exonerada.

Lara questiona se sua demissão é porque “não quis dar” para ele, durante viagem ao Canadá. Rasteiro, o diálogo avança com troca de ofensas e Sturm responde: “se eu quisesse te comer, eu teria tomado iniciativas anteriores, não teria te levado ao Canadá”. Lara Pinheiro continua no cargo, mas alegou que o vazamento da gravação não foi iniciativa sua.

Como sempre acontece no meio político, André Sturm poupa a assessora da culpa pelo transtorno gerado na esteira da discussão gravada, mas alega que o vazamento pode ser obra da oposição. Uma maneira fácil de fugir à responsabilidade.


Quem ouve o diálogo não tem dúvida a respeito da consumação do assédio, pois Sturm viajou com a assessora, a trabalho, ao Canadá, mas reservou apenas um quarto de hotel para ambos. Disse o secretário que “não sabe usar a internet” e que a viagem foi custeada com recursos próprios, o que é no mínimo estranho.

Useiros e vezeiros

Porém, o mencionado escândalo de assédio não é privilégio do secretário municipal André Sturm. Casos semelhantes ocorrem em alguns departamentos da prefeitura de São Paulo, o que pode mandar a gestão de João Agripino Doria Junior pelos ares, caso as vítimas de assédio resolvam revelar os respectivos casos de que foram vítimas.

Para que o leitor do UCHO.INFO consiga avaliar a gravidade da situação, assédio moral é prática cotidiana em alguns nichos da administração Doria, onde servidores são humilhados de forma constante, com direito a acusações levianas e agressões físicas leves.

A situação torna-se ainda pior quando assessores de João Agripino Doria tramam contra desafetos que ocupam cargos mais elevados na administração da cidade de São Paulo. Tudo no melhor estilo briga insana pelo poder.

Em um dos casos, um determinado secretário municipal por pouco não cai em armadilha tramada por pessoa próxima ao prefeito. O maquiavelismo foi tamanho, que um “affair” não consumado foi tramado com o objetivo de obter informações privilegiadas no âmbito da pasta comandada pela quase vítima. Mais esperta que o algoz, o secretário escapou ileso.

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