Senador protocola denúncias contra Gleisi Hoffmann e Lindbergh por apologia e incitação ao crime

Durante os dias que precederam o julgamento de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, alguns petistas não apenas desafiaram a Justiça brasileira, mas fizeram declarações absurdas e com conteúdo claramente criminoso, a exemplo do que vem acontecendo desde que o protagonista do Petrolão foi alcançado pelas garras da lei.

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e escolhida para o cargo para atuar como uma espécie de para-raios de Lula, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann disse que para prender o petista teria de matar muita gente. Ou seja, Gleisi chamou os “camaradas” para o confronto, caso a Justiça decidisse pela prisão do ex-presidente da República.

Naquele momento, o UCHO.INFO afirmou que se o Brasil fosse um país minimamente sério, Gleisi Helena estaria presa por apologia ao crime e com o mandato parlamentar cassado por quebra de decoro. Sempre apostando na impunidade, Gleisi amenizou o discurso após a reação de alguns “companheiros” da cúpula petista, mas não mudou de ideia.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), um político desqualificado que faz do radicalismo a tábua de sobrevivência, repetiu a sandice de Gleiei e conclamou os integrantes da esquerda para o enfrentamento, apenas porque Lula e seus bajuladores creem estar acima das leis e de todos.

Não se pode levar a sério o que esses covardes prometem quando se deparam com dificuldades extremas, pois, por ocasião do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante evento no Palácio do Planalto, usou o microfone palaciano para dizer que, se necessário, a esquerda sairia às ruas do País de armas em punho. Dilma foi apeada da Presidência de acordo com o que determina alei, mas Freitas e seus comandados ficaram calados.

Nesta quinta-feira, o senador mato-grossense José Medeiros (Podemos) protocolou no Conselho de Ética do Senado duas denúncias: uma Gleisi Hoffmann e outra contra Lindbergh Farias, líder do PT na Casa. Ambas as denúncias são por incitação ao crime e apologia ao crime.

Em nota, divulgada na última terça-feira (6), quando Medeiros anunciou que apresentaria as denúncias, o PT afirmou que a decisão do parlamentar era fruto de uma “campanha de ódio e perseguição” contra o partido. Em suma, o PT continua apostando na tese boquirrota da “vitimização”, como se a opinião pública não conhecesse a realidade dos fatos.

“O que os golpistas e seus fantoches não suportam é conviver no ambiente democrático. Por isso, querem calar o PT, calar a oposição, calar quem defende o Brasil e nosso povo. Continuaremos defendendo a democracia e os direitos do nosso povo”, afirmou o PT na nota.


As denúncias

Para pedir a abertura de processo disciplinar contra os senadores petistas, Medeiros baseou-se em entrevista concedida por Gleisi Hoffmann ao site Poder 360, na qual a presidente do PT afirmou: “Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente”.

No caso específico de Lindbergh Farias, o senador do Podemos tomou por base a declaração de que a militância petista estava pronta para lutar nas ruas e defender a democracia.

“Dessa maneira, cometeu [o denunciado] evidente abuso da imunidade parlamentar material, incidindo em quebra de decoro parlamentar, punível com a perda de mandato”, ressalto José Medeiros em ambas as denúncias.

Lindbergh Farias respondeu por meio de nota: “Segundo Medeiros, estamos ‘incitando a violência’ em nossas declarações de indignação contra os diversos golpes que a democracia vem sofrendo. Nada mais falso. Se ele tivesse se dado ao trabalho de estudar, veria que ‘desobediência civil’ é marcadamente um termo ligado a manifestações não violentas, pacíficas. […] Ele não se deu ao trabalho de tentar entender o que que é isso. É ignorância pura!”.

O líder do PT no Senado pode apostar todas as fichas na impunidade, mas não pode querer que seus rompantes grotescos e bandoleiros de esquerdismo sejam ignorados, como se a sociedade brasileira vivesse em eterna letargia. Resta saber se o Conselho de Ética do Senado terá coragem de abrir processo contra os dois petistas.

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