Prisão do irmão de José Dirceu, após decisão de segundo grau, mostra que Lula está na berlinda

Condenado, em maio de 2016, a oito anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro José Dirceu, foi preso na manhã desta sexta-feira (9) em Ribeirão Preto, no interior paulista.

A prisão foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar a sentença condenatória.

Também foi preso simultaneamente, na cidade de São Paulo, Júlio César dos Santos, corretor de imóveis muito próximo a José Dirceu e que até agora nada revelou sobre o esquema de corrupção.

“Obedecendo à Corte de Apelação, expeça a Secretaria os mandados de prisão para execução provisória da condenação de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e Júlio César dos Santos”, determinou Moro. “Autorizo desde logo a transferência para o sistema prisional em Curitiba, Complexo Médico Penal, ala reservada aos presos da Operação Lava Jato”, completou o magistrado.


“Não cabe a este Juízo discutir a ordem. Agrego apenas que tratando-se de crimes de gravidade, inclusive lavagem de produto de crimes contra a Administração Pública, a execução após a condenação em segundo grau impõe-se sob pena de dar causa a processos sem fim e a, na prática, impunidade de sérias condutas criminais”, destacou o juiz da Lava-Jato.

A prisão de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, após decisão de segundo grau, mostra que a situação de Lula é muito pior do que se pensava. Isso porque, analisado o recurso apresentado pela defesa do petista-mor ao TRF-4, caberá ao juiz Sérgio Moro, seguindo orientação da instância superior, determinar sua prisão.

Essa possibilidade, que cresce com o passar das horas, passou a ser admitida pela caríssima e histriônica defesa do ex-presidente da República, a ponto de seus advogados, queimando etapas, protocolarem pedido de habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na Corte, o relator prevento é o ministro Luiz Edson Fachin, que na tarde desta sexta-feira negou o pedido formulado pela defesa de Lula, que no dia anterior esteve o com magistrado para tentar convencê-lo da importância do pleito.

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