Fitch rebaixa nota de crédito do Brasil; outras agências de rating devem fazer o mesmo

Como esperado, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating do Brasil do Brasil para “BB-“, com perspectiva de estabilidade. O rebaixamento impactará no interesse de investidores em relação ao País, uma vez que o novo rating traduz a capacidade de pagamento do Brasil, tanto no setor público quanto no privado.

De acordo com a agência, o rebaixamento resulta do recorrente e amplo déficit fiscal do País, além da fracassada tentativa do governo de aprovar no Congresso medidas que poderiam melhorar as finanças públicas.

Segundo a Fitch, a decisão do governo de descartar momentaneamente a reforma da Previdência representa um revés para o País. Na verdade, o Palácio do Planalto cometeu um grave erro ao não apresentar a proposta de reforma da Previdência ainda no começo da era Temer, quando a resistência da base aliada era menor e as eleições ainda estavam distantes.


A não votação da reforma da Previdência decorre de um dispositivo constitucional que impede mudanças na Carta Magna durante a vigência de intervenção federal. Como o governo decidiu intervir na segurança pública do Rio de Janeiro, a tramitação da proposta foi imediatamente suspensa.

Por outro lado, conforme apurou o UCHO.INFO com parlamentares da base aliada, o governo tinha no máximo metade dos 308 votos necessários para aprovar a matéria.

Na última terça-feira (20), a diretora de rating soberano para a América Latina da Fitch, Shelly Shetty, afirmou em comunicado para jornalistas que “a pressão para baixo sobre a classificação soberana do Brasil (“BB”/perspectiva negativa) continuava refletindo grandes déficits fiscais, um alto e crescente peso da dívida (pública) e a falta de aprovação da reforma da seguridade social que poderia ter contribuído para reduzir as pressões estruturais sobre os gastos”.

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