Situação do já condenado Lula piora com e-mails entregues por Marcelo Odebrecht ao juiz da Lava-Jato

Quando o nome de Lula surgiu pela primeira vez no lamaçal do Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos, o UCHO.INFO afirmou que o maior problema do petista estava no caso do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cidade do interior paulista.

O enredo envolvendo a propriedade é tão escandaloso, que rebater as acusações feitas pelos procuradores da Operação Lava-Jato é missão impossível. Mesmo assim, os advogados de Lula vinham negando o envolvimento do cliente no escândalo, como se as provas colhidas durante as investigações não fossem irrefutáveis.

Apesar de alegar inocência e afirmar ser vítima de perseguição por parte do Judiciário, Lula está cada vez mais enrolado no episódio do sítio de Atibaia. Se até recentemente a situação do petista-mor já era desconfortável, a partir de quarta-feira ficou pior. Isso porque Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva o nome da família e cumprindo pena de prisão domiciliar, entregou cópias de e-mails que comprometem o ex-presidente.

No documento que acompanhou os e-mails entregues ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, os advogados de Marcelo Odebrecht não deixam dúvidas a respeito da relação espúria entre a empreiteira e o petista.


“Com relação a vários acertos financeiros do interesse de Lula que não foram especificamente descontados da “Planilha Italiano”, o Colaborador destaca que o e-mail datado de 22/08/2012 esclarece um débito feito diretamente na fonte BJ da Planilha Italiano, no valor de R$ 15 milhões, combinado com Antônio Palocci (Itália) para cobrir de modo global, sem especificar/detalhar, acertos financeiros diversos em benefício de Lula, incluindo palestras, frete de aeronave, etc”, escreveram os advogados.

Registrado em nome dos empresários de Fernando Bittar e Jonas Suassuna Filho, sócios de Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, o sítio, segundo os procuradores da República, pertence ao ex-metalúrgico. A reforma no imóvel, de pouco mais de R$ 1 milhão, foi descontada de uma conta de propinas a serem pagas ao petista pela Odebrecht.

Durante um dos desdobramentos da Lava-Jato, policiais federais encontraram no sítio enorme quantidade de objetos pertencentes a Lula e à ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida em fevereiro de 2017. As provas colhidas no local não deixam espaço para a defesa de Lula, que insiste em alegar que o cliente jamais solicitou qualquer vantagem a empresas durante os mandatos presidenciais ou fora deles.

Lula tem o direito constitucional de dizer o que quiser e de não produzir provas contra si, mas é difícil convencer alguém de que foi um mero acaso o fato de duas das maiores empreiteiras do País (Odebrecht e OAS) terem assumido a reforma no sítio, depois da pífia atuação do pecuarista José Carlos Bumlai, também flagrado pela Lava-Jato.

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