O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira (27) processos por quebra de decoro parlamentar contra os deputados do PSOL Ivan Valente (SP) e Jean Wyllys (RJ) e contra a deputada Érika Kokay (PT-DF). Os três pedidos de investigação foram feitos pelo Partido da República (PR) no início deste mês.
No requerimento contra o deputado Jean Wyllys, o PR alega que o parlamentar teria incorrido nos crimes de “apologia às drogas e perversão sexual” ao responder à jornalista Leda Nagle, em programa veiculado no Youtube, sobre o que faria se o mundo tivesse data para acabar. Segundo a peça, o parlamentar respondeu que consumiria drogas ilícitas que nunca experimentou e teria relações sexuais com todas as pessoas que o desejassem.
Contra o deputado Ivan Valente, o PR argumenta que ele cometeu crimes de injúria, calúnia e difamação ao criticar, em novembro do ano passado, em plenário, os deputados que votaram a favor do arquivamento das denúncias contra o presidente da República, Michel Temer, rejeitadas pelo Congresso Nacional, em 2017. A mesma acusação é imputada à deputada Érika Kokay. Segundo o requerimento, a deputada também criticou os deputados favoráveis a Michel Temer e o próprio presidente da República.
Na sessão desta terça-feira do Conselho de Ética, foram sorteados os nomes dos deputados que podem assumir a relatoria de cada processo. Para cada investigação, foram sorteados três nomes. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), disse que definirá os relatores até a próxima semana.
Por meio de nota, a deputada Érika Kokay, disse que “é completamente descabida a representação do deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) que pede a cassação do nosso mandato por emitir opiniões acerca da desonestidade de Michel Temer”. Já o PSOL ainda não se manifestou sobre as representações.
Também por meio de nota, o deputado Jean Wyllys afirmou que “a representação da bancada da bala contra a deputada Érika Kokay, o deputado Ivan Valente e eu, assinada pelo deputado Laerte Bessa — condenado em dezembro do ano passado por improbidade administrativa pela 5ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do DF — é um verdadeiro absurdo, um papelão, uma provocação antijurídica, um insulto à democracia”. (Com ABr)