O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, foi de 0,09% em março, bem abaixo da marca registrada em fevereiro (0,32%).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tanto a variação mensal quanto a taxa no acumulado nos três primeiros meses do ano representam o menor nível para um mês de março desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Em doze meses, a inflação acumulada caiu para 2,68%, bem abaixo do piso da meta do Banco Central, que é de 3%. Trata-se também da menor variação em doze meses até março. No acumulado em doze meses até fevereiro, o IPCA estava em 2,84%.
“Já estamos desde julho do ano passado com taxas abaixo de 3% para o acumulado nos doze meses”, destacou o gerente da Coordenação de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves.
O coordenador do IBGE lembrou que esta é a maior sequência do indicador em nível tão baixo da série histórica do IPCA. Situação semelhante só ocorreu entre agosto de 1998 e fevereiro de 1999.
A inflação perto de zero, com crescimento lento da economia e índice de desemprego ainda elevado, justifica a continuidade da redução da taxa básica de juro, a Selic.
Os principais responsáveis pelo recuo da taxa de fevereiro para março foram os transportes, com deflação (queda de preços) de 0,25%, e a comunicação (deflação de 0,33%).
Os gastos com saúde e cuidados pessoais evitaram uma queda maior do IPCA, já que esse o grupo de despesas registrou inflação de 0,48% no mês. Outros grupos com inflação foram habitação (0,19%), vestuário (0,33%), alimentação e bebidas (0,07%), educação (0,28%), despesas pessoais (0,05%) e artigos de residência (0,08%).