Após a retórica agressiva utilizada nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parece ter baixou a temperatura discursiva ao referir-se, nesta quinta-feira (12), ao agravamento das tensões na Síria após suposto ataque químico no enclave rebelde de Douma, em Ghouta Oriental.
Não se sabe ao certo se Trump “amarelou” ou, orientado por assessores, adotou esse palavrório morno para imprimir efeito surpresa ao prometido ataque ao governo do ditador de Bashar al-Assad. Há também a possibilidade de a Casa Branca não querer dar mais poder aos rebeldes sírios.
“Nunca disse quando um ataque à Síria ocorreria. Pode ser logo ou não tão logo assim”, escreveu o presidente norte-americano no Twitter. No dia anterior, Donald Trump havia alertado a Rússia para que se preparasse para uma ofensiva com mísseis contra seus aliados sírios.
Na mesma postagem, Trump destacou que seu governo “fez um excelente trabalho ao livrar a região do ‘Estado Islâmico'”. “Onde está nosso ‘obrigado, América?”, questionou o republicano.
Na quarta-feira (11), o embaixador da Rússia no Líbano, Alexander Zasypkin, havia dito que as forças russas iriam derrubar qualquer míssil americano que cruzasse território sírio. “Se houver um ataque americano, nós vamos derrubar os mísseis e atacar as posições de onde eles foram lançados”, afirmou.
Por sua vez, Trump respondeu, também através do Twitter: “A Rússia ameaçou derrubar todos os mísseis disparados na Síria. Prepare-se, Rússia, porque eles vão chegar, bonitos, novos e ‘smart’. Vocês não deveriam ser parceiros desse animal que mata com gás seu próprio povo e tem prazer nisso”, disse o presidente americano.
Mais tarde, a Casa Branca desmentiu a iminência de um ataque contra o regime de Bashar al-Assad e reforçou que Trump ainda avalia algumas opções que tem à disposição. “Não é a única opção, existem outras opções sobre a mesa”, garantiu a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, durante entrevista coletiva.
O secretário da Defesa dos EUA, Jim Mattis, afirmou que as evidências do suposto ataque químico ainda estão sendo examinadas. “Ainda avaliamos [informações de] inteligência, nossas e de aliados.”
Washington mantém consultas ao Reino Unido e à França sobre quais ações devem ser tomadas contra o regime de Assad. Uma ação militar não foi descartada.