Desabamento em SP: investigadores podem chegar a esquema de propina cobrada em estádios de futebol

O incêndio e desmoronamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, na região do Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, continua rendendo notícias, sendo que as especulações começam a ganhar terreno ante as informações de bastidores, as quais parecem não merecer a atenção da maioria dos profissionais de comunicação.

Em dado momento, quando a tragédia anunciada avançava na mídia à procura dos culpados, o UCHO.INFO afirmou, logo após o acidente, que mais importante era descobrir o paradeiro dos “coiotes” que extorquiam os “sem teto” que integravam a invasão. Este portal foi o primeiro veículo da imprensa nacional a fazer tal cobrança, sendo seguido por outros órgãos midiáticos.

Não há dúvida que alguns movimentos sociais ligados a partidos políticos de esquerda abusam do discurso pronto e fácil da falta de moradia, mas de chofre transformam em massa de manobra aqueles que buscam um local para sair do relento.

Há por trás desse trágico episódio interesses escusos e criminosos, mas as investigações ainda estão no começo. O que explica a escassez de informações sobre o pano de fundo da outrora invasão, especificamente. O que não significa que tal cenário está ausente em outras ocupações.


Os líderes da invasão, que cobravam até R$ 400 mensais de aluguel por um espaço precário e marcado pela insegurança, começam a surgir em cena, depois de longas e detalhadas conversas com advogados. Afinal, a cobrança de aluguel configura extorsão, até porque não havia no edifício que desabou qualquer sinal de manutenção ou segurança, como alegaram os criminosos que fazem das invasões um rentável e ilícito negócio.

Com o avanço das investigações, as autoridades poderão chegar a um dado alarmante. No comando da ocupação do Edifício Wilton Paes de Almeida estão pessoas ligadas à corrupção que toma conta do entorno de estádios e arenas esportivas em dias de jogos de futebol e shows.

Ambulantes pagam propina a um dos responsáveis pela invasão para garantir a venda de produtos nos arredores de estádios. E o butim é regiamente dividido com fiscais da prefeitura paulistana, como já denunciou o UCHO.INFO. Este noticioso ouviu algumas das vítimas da recorrente extorsão, que confirmaram a nossa informação.

Basta que os investigadores ampliem o raio das apurações e esmiúcem a vida dos investigados. O esquema é escandaloso e rende tanto dinheiro – ou mais – quanto o montante arrecadado na ocupação que virou destroços e poeira.

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