Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro aposentado Joaquim Barbosa anunciou nesta terça-feira (8), através do Twitter, que não será candidato à Presidência da República. Em abril, Barbosa filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), ocasião em que o UCHO.INFO alertou para a dificuldade do então pré-candidato de levar adiante um projeto político que teria um candidato de centro, “abençoado” por uma legenda de esquerda que tem o DNA do comunista Miguel Arraes.
Na rede social, Joaquim Barbosa destacou que a decisão é “estritamente pessoal”, o que não significa que questões políticas não tenham influenciado. Até porque, Barbosa seria um catalisador de votos para o PSB, que pretende crescer não apenas na Câmara dos Deputados, o que garante incremento na verba partidária, mas também nos estados.
Com a decisão de Barbosa, alguns fatos devem ser considerados. O primeiro deles é que na corrida ao Palácio do Planalto ganham força as candidaturas de centro, como a do ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que nas pesquisas eleitorais não apresentou bom desempenho. Mesmo assim, o tucano ganha fôlego extra com a desistência do ex-presidente do STF.
De igual modo, outros pretensos candidatos de centro devem repensar seus projetos políticos, dando vazão a uma aliança para derrotar o radicalismo de esquerda e de direita. Nesse bojo está um possível acordo entre o empresário Flávio Rocha, presidenciável do PRB, o senador Alvaro Dias, pré-candidato do Podemos, e o deputado federal Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e ainda sonhando em subir a rampa do Palácio do Planalto sob a égide do Democratas.
Como sabem os leitores do UCHO.INFO, o cacife eleitoral de Maia é insuficiente para uma disputa acirrada como é a corrida presidencial. Na opinião deste portal, o presidente da Câmara dos Deputados no máximo pode tentar a reeleição. E sua insistência em afirmar que é pré-candidato ao Palácio do Planalto pode ser uma estratégia de campanha rumo a novo mandato de deputado.
O segundo ponto a ser considerado após a saída de Barbosa do páreo presidencial gira em torno da dúvida sobre que caminho adotará o PSB. Legenda eminentemente de esquerda, o PSB chegou ao comando do mais rico e importante estado da federação, São Paulo, com a desincompatibilização de Alckmin, que não esconde sua preferência por Márcio França, outrora vice-governador e agora inquilino do Palácio dos Bandeirantes.
O PSB terá de decidir se embarca na candidatura de Geraldo Alckmin, que ainda controla boa parte da política paulista no interior do estado, ou se faz prevalecer a ideologia esquerdista, deveras desgastada em tempos de Petrolão e outros tropeços patrocinados pelo PT e seus satélites.
Se o partido pensa em crescer além do Planalto Central, unir-se a Alckmin é a saída mais lógica, o que não é garantia de vitória nas urnas. Márcio França, do PSB, apesar do fraco desempenho nas pesquisas, tem a máquina do governo paulista nas mãos, enquanto Alckmin ainda mantém seu respeitável feudo político no estado.
O grande problema nesse cenário é como minar o plano eleitoral de João Agripino Doria Junior, que está em franca campanha rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Sem contar que França carrega a assustadora herança maldita da esquerda verde-loura.