Destampatório de Gleisi provoca dúvidas sobre seu próprio destino após aguardada condenação

A senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, PT fez, na quinta-feira (10), discurso na tribuna do Senado intimando o juiz Sergio Moro a provar, até o fim deste mês, que o apartamento triplex no Guarujá, é de propriedade do ex-presidente Lula.

Que o PT perdeu o senso do ridículo todos sabem, mas os companheiros insistem na falsa inocência. Ao contrário do que vocifera a senadora, foram aceitas por duas instâncias da Justiça Federal as provas de que Lula é proprietário do triplex praiano e de que o imóvel lhe foi presenteado pela OAS, como parte do pagamento de propinas decorrentes de favores bilionários na Petrobras e em outras negociatas.

O que o partido cobra, na esperança de que o processo seja anulado, é um recibo assinado pelos garranchos de Lula, um registro em cartório, com firma reconhecida, provas que jamais se encontram em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que visam, por motivos óbvios, justamente eliminar esse tipo de vínculo.

O fato de Gleisi Helena insistir nessa estratégia ridícula, sem sequer corar a face ou parecer constrangida, provoca dúvidas, no entanto. Será apenas mais um caso de cinismo extremo, tão comum no PT, partido que anunciava ter sido criado para implantar a ética na política? Ou está o País diante de algo mais grave envolvendo o pantanoso terreno das patologias mentais?


Enquanto a epopeia envolvendo o presidiário Lula avança à sombra do desespero dos “companheiros”, é preciso saber qual será o destino da senadora petista, que já é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro. Qual será o fim da parlamentar paranaense que consta das planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo codinome “Amante”? Cadeia é o destino marcado pela obviedade, mas não se deve descartar uma temporada no manicômio judiciário, pois seus devaneios político-ideológicos suscitam esse tipo de situação.

Outra hipótese que explicaria a verdadeira incontinência verbal que acomete os petistas em geral – e Gleisi Hoffmann em particular – seria a necessidade de fabricar diariamente factoides para manter Lula na mídia, antes que ele caia por completo no esquecimento da opinião pública.

O presidiário de Curitiba desperta cada vez menos interesse. Até mesmo entre os petistas a prisão de Lula começa a se tornar um fato rotineiro do cotidiano, com vaga garantida em algum minúsculo escaninho da memória.

Esse cenário que se consolida com o passar dos dias explica o fato de os comandantes do partido – já foi comparado a uma organização criminosa – não descansarem um minuto. Fingem estar extremamente ativos por meio de inúmeras ações judiciais, cada vez mais inócuas, geram factoides aos bolhões. Tudo para manter em voga a tese de que Lula ainda está vivo politicamente.

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