Parente diz que governo não cogita mudar política de preços da Petrobras; problema é da área econômica

O governo jamais considerou mudar a política da Petrobras de reajuste de preços dos combustíveis, afirmou nesta terça-feira (22) o presidente da petrolífera, Pedro Parente, ao sair de reunião com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas Energia, Moreira Franco, em Brasília, na sede do Ministério da Fazenda.

“Fui convidado para a reunião. Na abertura da reunião, foi logo esclarecido que de maneira nenhuma o objetivo seria o governo pedir qualquer mudança na política de preços da Petrobras”, disse Parente, esclarecendo que os reajustes estão relacionados aos preços internacionais e ao câmbio.

Por conta da intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, na segunda-feira (21), a Petrobras anunciou redução pontual nos preços dos combustíveis nas refinarias. Caso a cotação do dólar retome a curva de alta, os preços da Petrobras seguirão o mesmo caminho.

“A redução de hoje é simples de entender. Houve uma redução importante de câmbio, ontem. Essa é a prova de que política tanto funciona na direção de subir os preços, quanto de cair. O Banco Central agiu com maior intensidade, houve uma redução no câmbio ontem e isso está refletido nos preços hoje”, afirmou o executivo.


O ministro da Fazenda, por sua vez, afirmou que não há por enquanto qualquer decisão sobre uma redução nos preços dos combustíveis. Eduardo Guardia frisou que é mínimo o espaço fiscal para reduzir tributos.

“Não há nenhuma decisão tomada esse tema. Quando tiver alguma decisão, vamos comunicar. O espaço fiscal é muito reduzido – disse Guardia ao deixar o prédio da Fazenda, acrescentando que ia trabalhar, sem mencionar o destino”, declarou o ministro.

Guardia ressaltou que o governo federal não solicitou à Petrobras alteração na política de preços, do mesmo modo que Pedro Parente foi à reunião disposto a não aceitar qualquer interferência palaciana na companhia. Até porque, se isso acontecesse, o risco de Parente deixar o comando da empresa era grande.

Por outro lado, o ministro Moreira Franco, de Minas e Energia, disse que a questão dos preços dos combustíveis é de responsabilidade da área econômica. “Não há como mudar a política de preços da Petrobras. Mas temos que encontrar uma solução no curto prazo – disse Moreira, completando: — Não vamos cometer desastres. O preço já caiu um pouco porque o dólar caiu”, declarou.

O grande problema do governo é convencer os estados a reduzirem a alíquota do ICMS do setor, que em alguns casos chega a 34%. Fora isso, o governo federal recolhe a Cide, que tem margem para cortes.

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