Greve de caminhoneiros é fruto da irresponsabilidade dos políticos e da preguiça dos brasileiros

A greve dos caminhoneiros, que já desenha os primeiros traços de um cenário de paralisia em todo o País, não tem apenas a redução dos preços dos combustíveis como cardápio principal. Preguiçoso em termos políticos e querendo soluções radicais e a fórceps para as pendengas nacionais, o brasileiro caiu na esparrela que surgiu na esteira do protesto.

Com o calendário avançando com velocidade e as eleições gerais se aproximando, há um sem fim de interesses políticos por trás desse movimento que tem causado problemas aos cidadãos. Depauperada por conta dos escândalos de corrupção e da desastrada política econômica adotada nos governos petistas, a esquerda brasileira agarra-se a qualquer episódio na tentativa de salvar a própria pele.

Só mesmo um incauto para acreditar que a culpa pela greve dos caminhoneiros é da Petrobras, quando a responsabilidade é da carga tributária que incide sobre os combustíveis, começando pelos impostos cobrados nos estados. Quando o assunto é ICMS sobre combustíveis, a alíquota varia de 25% a 34%. Ou seja, um estrondoso absurdo, mas nenhum governador foi incomodado à sombra da panaceia que avança pelo País.

Há no vácuo dessa paralisação ao menos duas perguntas possivelmente enigmáticas: 1) A quem interessa a greve dos caminhoneiros? 2) Por qual razão as empresas de transporte não se posicionaram contra o movimento, já que o negócio como um todo está a acumular prejuízos?

Os maiores interessados nessa greve dos caminhoneiros não são apenas os motoristas que cruzam o Brasil transportando produtos para cima e para baixo. Partidos políticos de esquerda podem não ter organizado o evento, mas por certo já pegam carona no desastre que se anuncia. Até porque, bandeiras de sindicatos – linhas auxiliares do lulismo – têm sido exibidas em concentrações de caminhoneiros em todo o País.

Em relação às empresas de transporte, os donos preferiram o anonimato dos bastidores, sem perder o protagonismo no escopo do movimento. Estar nas coxias garantiu aos empresários de transporte de cargas a oportunidade de barganhar com o Congresso Nacional a não inclusão do setor no projeto de reoneração da folha de pagamento. Afinal, no universo político inexistem coincidências.

Quando a economia brasileira começou a apresentar os primeiros sinais de retomada, o UCHO.INFO alertou para o fato de que era prematura qualquer comemoração, pois o caminho a ser seguido até a recuperação econômica é longo, íngreme e sinuoso. Aliás, este portal destacou que a luz no final do túnel só começaria a emitir lampejos esmaecidos a partir dos estertores de 2019. Desde que o Estado brasileiro faça a lição de casa, sem direito a garranchos, garatujas e outras distorções.


A política de preços adotada pela Petrobras é coerente, principalmente depois da derrocada sofrida pela companhia no embalo do maior e mais acintoso esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão. E a responsabilidade pela roubalheira institucionalizada, que quase leva a maior empresa à bancarrota, é de alguns alarifes que estão atrás das grades, sempre a arrotar inocência.

Gostem ou não os leitores deste noticioso, a economia de um país com dimensões continentais e problemas na mesma proporção não se recupera à base de milagres e discurso fácil. É preciso trabalho árduo e sacrifício por muito tempo para que o cenário seja desanuviado. Para isso é preciso que cada cidadão assuma a sua quota de responsabilidade, pois do contrário o caos há de crescer.

Durante mais de uma década, o brasileiro acreditou na fórmula bandoleira do “pão e circo” adotada por Lula e Dilma Rousseff, cujo objetivo era anestesiar a opinião pública diante do assalto aos cofres públicos e garantir o avanço de um projeto ditatorial de poder. Enquanto a mentira esquerdista circulava incólume, a população acreditava que o Brasil era a filial do paraíso. Mas essa lufada de mitomania, movida pela ideologia criminosa, agora apresenta sua dolorosa fatura.

O Brasil não pode continuar nesse impasse, ao mesmo tempo que é impossível trocar o pneu com o carro em movimento. Os governos estaduais há muito lucram com alíquotas elevadas de ICMS sobre combustíveis, o que vem permitindo a recuperação das finanças locais.

Em meio às labaredas que brotam da polêmica dos combustíveis, muitos estados conseguiram minimizar os rombos nos respectivos cofres. Um dos melhores exemplos é o Rio de Janeiro, que cobra a mais alta alíquota de ICMS (34%) sobre combustíveis e tem faturado com a elevação do preço do petróleo no mercado internacional e a alta do dólar.

O País tem problemas de sobra e é preciso repensá-lo com urgência, sem radicalismos e longe dos eufemismos político-eleitorais. As eleições se aproximam e nenhum candidato tem a solução necessária, mesmo que os discursos sejam mirabolantes e visguentos.

Durante anos a fio, o UCHO.INFO noticiou o perigo que representava o populismo barato e criminoso que descia a rampa do Palácio do Planalto sem cerimônia, mas com a circunstância de um partido que agia como organização criminosa. Nesse período fomos acusados de sensacionalismo e de torcer pelo “quanto pior, melhor”.

Certos de que nosso jornalismo tinha, como ainda tem, a verdade dos fatos como premissa, sempre insistimos no fato de que um dia a farsa montada pela classe política haveria de desmoronar. Longe da profecia do apocalipse, esse dia parece ter chegado. E o paraíso do “faz de conta” acabou.

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