Petroleiros dizem que “não vão arregar para a Justiça do Trabalho” e iniciam greve em várias refinarias

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu desrespeitar decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e informou, através das redes sociais, que a greve da categoria começou nos primeiros minutos desta quarta-feira (30), como prometido pelos líderes dos trabalhadores da Petrobras.

A ministra Maria de Assis Calsing, do TST, na noite de terça-feira (29), concedeu liminar (decisão provisória) – requerida pela Advocacia-Geral da União e pela Petrobras – em que classifica como “aparentemente abusivo” o caráter da greve de 72 horas dos petroleiros. Em caso de descumprimento da decisão judicial, os sindicatos envolvidos na paralisação estarão sujeitos a multa diária de R$ 500 mil.

“Defiro parcialmente o pedido para que, diante do caráter aparentemente abusivo da greve e dos graves danos que dela podem advir, determinar aos Suscitados que se abstenham de paralisar suas atividades no âmbito da Petrobras e de suas subsidiárias, nos dias 30 e 31 de maio e 1º de junho de 2018 e de impedir o livre trânsito de bens e pessoas”, escreveu a ministra do TST em sua decisão.

Para a magistrada, “é potencialmente grave o dano que eventual greve da categoria dos petroleiros irá causar à população brasileira”. Maria de Assis Calsing afirma em seu despacho que a eventual greve dos petroleiros resultará na “continuidade dos efeitos danosos” da paralisação dos caminhoneiros.


“Beira o oportunismo a greve anunciada, cuja deflagração não se reveste de proporcionalidade do que poderia, em tese, ser alcançado com a pauta perseguida e o sacrifício da sociedade para a consecução dos propósitos levantados”, afirmou a ministra na decisão.

A FUP informou em vídeo, por meio do coordenador-geral, José Maria Rangel, o início da paralisação: “Não vamos arregar para a Justiça do Trabalho. A greve está mantida”.

Em comunicado publicado no início da madrugada desta quarta-feira, a FUP informa que os funcionários “não entraram para trabalhar” em oito refinarias de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pernambuco. Também há paralisação nos terminais de Suape (PE) e Paranaguá (PR).

A entidade convocou a paralisação sob o pretexto da redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, mas há na decisão um viés político-ideológico indisfarçável. Os petroleiros querem a imediata demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, cuja gestão vem sendo covardemente criticada pelos trabalhadores da estatal.

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