Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras, que perde um profissional sério e competente

No olho do furacão que se formou a partir do criminoso movimento dos caminhoneiros, que, com oportunistas e delinquentes infiltrados, paralisou o País durante dez longos dias, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão do cargo na manhã desta sexta-feira (1). Parente reuniu-se com o presidente da República, Michel Temer (MDB), no Palácio do Planalto.

Na carta de demissão, Pedro Parente afirmou que os resultados obtidos à frente da estatal revelam o acerto das medidas adotadas pela petrolífera, mas ressalta que a greve dos caminhoneiros deflagrou “intenso e emocional debate”, por isso sua permanência na presidência da companhia “deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente”.

O comunicado sobre a saída do executivo foi feito em fato relevante divulgado ao mercado financeiro, como prevê a respectiva regra.

O documento da Petrobras informa que “a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração”.


Às 11h20, logo após o anúncio da demissão de Parente, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou queda. A estatal informou ao mercado que as negociações das ações PETR-N2 foram suspensas das 11h22 às 11h42, mas as operações já foram retomadas.

Profissional competente e respeitado, Parente assumiu a presidência da Petrobras em maio de 2016, em substituição a Aldemir Bendine, preso na esteira da Operação Lava-Jato.

Pedro Parente iniciou a carreira no setor público no Banco do Brasil, em 1971. Dois anos depois, foi transferido para o Banco Central (BC). Foi também consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de instituições públicas brasileiras, bem como da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988. Ele foi ministro durante todo o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002). Ocupou a Casa Civil até 2001 e, depois, o Planejamento, além de ter tido papel preponderante na crise de energia elétrica ocorrida durante o governo tucano.

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