Gostem ou não os petistas, o discurso da senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, é uma ode ao deboche e à insanidade. Apesar das sandices, o palavrório da comandante da “companheirada” explica o desespero da legenda diante da possibilidade de enfrentar mais um encolhimento nas urnas eleitorais.
Como se cinismo fosse um predicado maiúsculo, Gleisi Hoffmann ocupou a tribuna do Senado, na quarta-feira (6), para mais um espetáculo de mitomania. Disse a parlamentar que o PT, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff, valorizou a Petrobras, alvo do maior e mais acintoso esquema de corrupção de todos os tempos.
Apesar de ser público e notório que o PT comandou o assalto aos cofres da estatal petrolífera, Gleisi não se fez de rogada e acionou seu conhecido destampatório, ignorando que ela própria foi beneficiada pelo esquema criminoso que mandou alguns “camaradas” para a prisão, como Lula, José Dirceu, Antonio Palocci Filho, João Vaccari Neto, André Vargas Ilário, entre outros.
Por conta do seu envolvimento no Petrolão, Gleisi Helena é ré por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava-Jato, por receber propina do esquema bandoleiro que perdurou uma década na estatal.
A senadora do Paraná defendeu que, nos governos petistas, a Petrobras não teve prejuízo operacional, mesmo em 2015, quando a cotação do petróleo no mercado internacional despencou, afetando todas as empresas do setor ao redor do planeta. Talvez a presidente do PT não saiba que o subsídio à gasolina imposto à companhia pela “companheira” Dilma causou prejuízo da ordem de US$ 40 bilhões.
Segundo Gleisi Hoffmann, a política de valorização da Petrobras nos governos petistas resultou em maior investimento em pesquisa, sendo que a descoberta das reservas na camada do pré-sal permitiu dobrar a produção nacional de petróleo. É importante frisar que o pré-sal já era de conhecimento do governo brasileiro, portanto não foi uma descoberta do alarife Lula.
A senadora foi além em sua parolagem e associou o impeachment de Dilma Rousseff – implicada em pedaladas fiscais, envolvida na compra desastrada da refinaria de Pasadena e suspeita de ser beneficiária de milhões de dólares em contas no exterior – à tentativa de entrega do patrimônio nacional.
De acordo com a petista, o governo de Michel Temer tirou empregos no setor petrolífero e submeteu a Petrobras aos operadores financeiros, enquanto que a crise dos caminhoneiros derrubou o valor de mercado da empresa. Sobre a corrupção gigantesca, da qual ela é uma das beneficiárias, nem uma palavra.
