Governo bate cabeça mais uma vez e é obrigado a revogar tabela de fretes publicada na quinta-feira

O governo do presidente Michel Temer (MDB) está mais perdido em relação às negociações com os caminhoneiros do que quando a greve da categoria paralisou o País por uma dezena de dias e ainda causa estragos na economia.

Os ministros palacianos são excepcionais em promessas e ameaças, mas no momento da execução mostram-se amadores. Essa sensação depreende do impasse na tabela de preços de fretes, que, após pressão dos caminhoneiros, será revogada nesta sexta-feira (8). A decisão foi tomada na noite anterior, em meio a mais um constrangimento oficial.

A assessoria do Ministério dos Transportes informou que, com a decisão, a tabela publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no dia 30 de maio estará valendo até que uma nova seja elaborada pela agência.


Ainda segundo a assessoria da pasta, a decisão foi tomada após reação dos representantes dos caminhoneiros com a publicação do documento na quinta-feira (7). A categoria reúne-se com representantes do governo na manhã desta sexta-feira na sede da ANTT em Brasília.

A tabela que acabou revogada foi elaborada porque, de acordo com ANTT, a anterior estava confusa. O documento que será revogado previa valores de frete por quilômetro rodado combinado com o número de eixos dos caminhões e a possibilidade de negociação do frete de retorno entre o contratante de origem e o transportador.

O Ministro do Transportes, Valter Casimiro, disse em coletiva de imprensa, antes da decisão de revogar o documento, que a nova tabela foi acordada com o setor do agronegócio, setor de cargas e combustível e representantes dos caminhoneiros.

A criação de uma tabela de preço mínimo para o frete foi uma das reivindicações dos caminhoneiros durante a paralisação da categoria e provocou prejuízos em diversos setores da economia e desabastecimento de combustíveis, alimentos, produtos médico-hospitalares, entre outros.

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