Ciro Gomes chama promotor de “filho da puta” e promete perseguição caso seja eleito à Presidência

Nada pode ser mais détraqué do que a campanha do truculento Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República. Ainda sem uma coligação definida, Ciro tem enfrentado dificuldades para manter o aparente “bom-mocismo”, farsa monumental que deve se desfazer caso o pedetista seja eleito.

No momento em que o Brasil tenta escapar do radicalismo bizarro e da insana polarização, vertentes que agora marcam a política nacional, Ciro Gomes mais uma vez mostrou-se à opinião pública como de fato é: um “coronel” do agreste, apesar de ter nascido em Pindamonhangaba, no interior paulista.

Enquanto busca o apoio do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), legenda que defende políticas liberais em questões de manifestação do pensamento, Ciro fez declaração que no mínimo compromete sua obsoleta candidatura, pois mostra ser o pedetista um representante da velha e velhaca política, em que impera o bordão “você sabe com que está falando?”.

Em abril passado, Ciro Gomes chamou de “capitãozinho do mato” o vereador Fernando Holliday (DEM-SP, negro e líder do Movimento Brasil Livre (MBL). Para quem não se recorda, “Capitão do Mato”, em tempos outros, era o negro incumbido de capturar os escravos que fugiam da senzala.


Na ocasião, em entrevista à rádio Jovem Pan, Ciro afirmou que o vereador paulistano é “um negro usado pelo preconceito para estigmatizar”. “Esse Fernando Holiday é o capitãozinho do mato. A pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar. Esse era o capitão do mato no passado”, declarou o pedetista.

Na terça-feira (17), durante sabatina na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Ciro Gomes não se fez de rogado e, acionando sua conhecida estupidez verborrágica, chamou de “filho da puta” o promotor público de São Paulo que decidiu processá-lo por injúria racial contra Holliday.

“Um promotor aqui de São Paulo resolve me processar por injúria racial. E pronto, um filho da puta desse faz isso. Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele, porque se eu for presidente essa mamata vai acabar”, disparou Ciro.

Ciro Gomes não explicou a “mamata” a que se referiu na ameaça contra o representante do Ministério Público paulista, mas deixou claro que, caso consiga subir a rampa do Palácio do Planalto, perseguições farão parte da sua gestão à frente do Brasil.

Que Ciro Gomes é pífio como candidato todos sabem – as eleições presidenciais de 1998 e 2002 são prova cabal disso –, mas cresce seu desespero por alianças partidárias que lhe garantam apoio político e tempo de televisão. Nesse cenário, somente legendas movidas pela irresponsabilidade cairão na esparrela desse elitista propulsado pelo destempero e pela truculência.