Aretha Franklin, a “Rainha do Soul”, morre em Detroit aos 76 anos

Aretha Louise Franklin, nascida em Memphis nos estado norte-americano do Tennessee, morreu nesta quinta-feira (16) aos 76 anos, após uma corajosa luta contra um câncer no pâncreas, diagnosticado em 2010.

“Em um dos piores momentos das nossas vidas, não conseguimos encontrar as palavras certas para expressar a dor em nosso coração. Perdemos nossa matriarca e a sustentação da nossa família. O amor que ela tinha por seus filhos, netos, sobrinhos e primos não tinha limites”, ressaltou a família da Rainha do Soul em comunicado.

“Estamos emocionados com todo o amor e apoio que recebemos de amigos e fãs. Obrigado pela compaixão e orações. Sentimos o amor de vocês por Aretha e ele nos trouxe conforto para entender que o legado dela vai permanecer. Em nosso luto, pedimos respeito e privacidade nessa hora difícil”.

Aretha Franklin era dona de uma voz impressionante, que logo contagiava os amantes da música. Saía dos agudos extremos para trafegar com muita intimidade e tranquilidade no universo dos graves. Diante do microfone, Aretha sempre foi um furacão dos trinados, mesmo nas canções mais melódicas, mas será eternamente lembrada como um monumento à música.

Ela gravou seus primeiros discos aos 14 anos na igreja de seu pai, Clarence LaVaughn Franklin, um pastor batista. Ainda adolescente, já era considerada uma estrela gospel em ascensão, mas anos depois tornou-se um dos grandes nomes do R&B (rhythm and blues), estilo musical surgido nos anos 40 com influência do jazz e de corais de igrejas.


A “Rainha do Soul” conquistou a fama com “Respect”, gravada em 1967, sua única canção a alcançar o topo da principal parada de sucessos dos Estados Unidos. A música resume o imensurável poder de Aretha como militante pelos direitos civis dos negros. “Respect” foi composta e gravada originalmente por Ottis Redding, ídolo do soul, mas Aretha deu um toque especial à música ao acelerar o arranjo e adicionar vocais.

Prêmios e sucessos

Aretha Franklin recebeu, ao longo da carreira, 18 prêmios Grammy, sendo um deles pelo conjunto da obra, que, é bom lembrar, é absolutamente respeitável. Entre seus maiores sucessos estão “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman” (1968), “Day Dreaming” (1972), “Jump to It” (1982), “Freeway of Love” (1985) e “A Rose Is Still A Rose” (1998).

Em 1987, Aretha tornou-se a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Rock and Roll. Em 2005, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade – maior condecoração para um civil americano – das mãos do então presidente George W. Bush. Ela também cantou em janeiro de 2009 na posse do presidente americano Barack Obama.

Diagnosticada com câncer em 2010, Aretha se apresentou em novembro de 2017 em evento da Fundação Elton John contra a Aids em Nova York. Seu último show solo aconteceu na Filadélfia, em agosto de 2017.

No mesmo ano, Aretha anunciou sua aposentadoria, momento classificado por ela como “amargo e doce ao mesmo tempo”. “A música é tudo o que fiz toda minha vida”, disse a eterna “Rainha do Sul”.