Pesquisas eleitorais e indefinição do cenário político levam dólar ao maior patamar desde 2016

Diante das incertezas que brota das pesquisas eleitorais, a moeda norte-americana encerrou a terça-feira ultrapassando a barreira dos R$ 4, chegando ao final do pregão cotada a R$ 4,035, maior patamar desde fevereiro de 2016.

A desvalorização do real diante do dólar coloca mais condimento em uma receita que mistura incertezas políticas e expectativas eleitorais, em um cenário em que qualquer previsão é obra do achismo, pelo menos por enquanto.

A moeda americana, cuja cotação chegou a ser negociada por R$ 4,037, terminou o dia com valorização de 2% em relação ao real. Essa foi a quinta alta consecutiva no pregão. Nesse período, o dólar acumulou uma valorização de 4,40%.

Já o índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em baixa de 1,5%, aos 75.180 pontos, com os investidores especulando sobre o cenário de eleições no Brasil, as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e a crise na Turquia.


As pesquisas realizadas pelo Ibope e pela CNT/MDA colocam o ex-presidente Lula, condenado e preso por corrupção, como líder isolado com 37% das intenções de voto, mas sua inelegibilidade, com base na Lei da Ficha Limpa, deixa o mercado na gangorra da incerteza. Jair Bolsonaro aparece na segunda posição, com 18%, seguido de Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, tecnicamente empatados com cerca de 6% das intenções.

Em um cenário sem Lula, só testado pelo Ibope, Fernando Haddad, o substituto imediato de Lula na candidatura petista, obtém apenas 4% das intenções de voto, mas o ex-presidente ainda tem como transferir parte do seu latifúndio político-eleitoral ao ex-prefeito de São Paulo. No mesmo cenário, Bolsonaro lidera, com 20%, seguido por Marina Silva vem com 12%.

O problema de Jair Bolsonaro é o índice de rejeição. Nesse quesito o capitão reformado do Exército tem 37%, o que pode dificultar sua situação em eventual segundo turno. Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Bolsonaro tem 15% das intenções de voto.