Após Luiz Marinho relembrar escândalo da PPP da Iluminação, Doria decide dar o troco no petista

    Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Agripino da Costa Doria Junior, que abandonou a prefeitura da capital paulista após quinze meses no cargo, apesar de ter assumido o compromisso de cumprir o mandato até o fim, parece não ter assimilado o petardo disparado pelo petista Luiz Marinho no debate da Band entre os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes.

    Doria decidiu dar o troco e promete bater duro em Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e candidato do PT ao governo de São Paulo. Essa artilharia aparece na propaganda eleitoral gratuita do PSDB e que irá ao ar na próxima sexta-feira (31).

    Em um dos programas eleitorais, Doria aparece falando de forma dura com Marinho, acusando o PT pelos grandes problemas do País, como o desemprego e a crise econômica. Ao final, os marqueteiros editaram uma cena do filme “O Poderoso Hulk”, em que o herói liquida um bandido e joga-o no chão. O nome do filme tucano é “Doria destrói Marinho”.

    A ideia dos publicitários é cobrir Doria com o manto do “bom-mocismo” e culpar o PT pela avalanche de corrupção que tomou conta do País, levando “companheiros” ilustres para a prisão, como é o caso de Lula, como é o caso do ex-presidente Lula. Por outro lado, gastar tempo e dinheiro para culpar o PT pela corrupção e pelo desastre nacional é falta de criatividade.

    A estratégia dos marqueteiros de Doria é equivocada e serve apenas para atender os caprichos do candidato tucano, que até hoje não se conforma com a investida de Luiz Marinho no debate da Band.

    Na ocasião, Marinho questionou o candidato tucano sobre o escândalo de corrupção na PPP da Iluminação Pública em São Paulo, que levou a Justiça a suspender um contrato no valor de R$ 7 bilhões. Luiz Marinho, que é candidato do PT ao governo estadual, quis saber também se a ex-primeira-dama paulistana, Bia Doria, já havia prestado esclarecimentos ao Ministério Público de São Paulo sobre reformas no santuário comandado pelo popular padre Marcelo.


    O processo licitatório da PPP foi marcado por seguidas irregularidades, as quais tinham o objetivo de beneficiar o consórcio vencedor (FM Rodrigues/Consladel). Uma denúncia levada ao Ministério Público de São Paulo, com provas incontestáveis (documentos e gravações), comprova que propina foi paga a membros do Departamento de Iluminação Pública de São Paulo (Ilume) – responsável pelo processo da PPP – para que o consórcio em questão vencesse a licitação. Coincidência ou não, a empresa FM Rodrigues já prestava à prefeitura serviços de manutenção da iluminação pública da cidade.

    João Doria sempre soube das irregularidades ocorridas na licitação da PPP, pois a imprensa noticiou todos os fatos, o que impede o ex-prefeito de alegar desconhecimento. Quando o caso veio à tona, Doria limitou-se a demitir os envolvidos no escândalo de corrupção, sem maiores declarações. E quando o assunto é retomado, o candidato tucano perde o controle, assim como aconteceu no debate da Band.

    Bia Doria no olho do furacão

    Um e-mail entregue ao Ministério Público paulista revela que a prefeitura de São Paulo realizou serviços de modernização da iluminação do palco do santuário Theotokos, comandado pelo padre Marcelo Rossi. Na verdade, o serviço foi executado pela empresa FM Rodrigues, que era responsável pela manutenção da iluminação da cidade e liderou o consórcio vencedor da PPP, cujo contrato foi suspenso por determinação da Justiça.

    Bia Doria foi convocada pelo MP para depor na qualidade de testemunha, em junho, mas alegou impossibilidade por motivo de viagem. A ex-primeira-dama depôs em 8 de agosto e negou ter solicitado a instalação de equipamentos de iluminação na parte interna do templo do padre Marcelo.

    O depoimento da ex-primeira-dama é desmontado pelas declarações do técnico de iluminação do templo, Antonio Nunes de Miranda Sobrinho, que em junho disse aos promotores que Bia Doria deu ordem para instalar luzes de LED, um equipamento para efeitos e uma mesa para controlar a intensidade da iluminação.

    O UCHO.INFO tem cópia do mencionado e-mail e uma gravação em que um então servidor do Ilume, exonerado na esteira do escândalo de corrupção, dá ordens por telefone para que funcionários da FM Rodrigues executem o serviço no templo.