Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro não se cansa de destilar seu despreparo Brasil afora. E o faz enganando seu eleitorado que acredita em cada palavra do populista que prega o radicalismo exacerbado como solução para os problemas do País.
Nesta sexta-feira (31), durante comício em Porto Velho, Bolsonaro repetiu a promessa de criminalizar e classificar como terrorismo as invasões de terra patrocinadas pelo MST e movimentos sociais comandados pela esquerda. “Vou classificar como terrorismo esses atos. O agronegócio já sofre com altos impostos e não pode continuar sendo massacrado por bandidos que invadem terras”, disse o presidenciável do PSL.
O capitão reformado não perdeu a oportunidade e novamente retomou o discurso que faz a alegria dos seus seguidores: “Tenho 27 anos de vida pública, fora o tempo que servi minha pátria no Exército. Há quatro anos decidi me candidatar à presidência da República porque assim como muitos brasileiros, me cansei dessa roubalheira na política. Pra mim, lugar de corrupto é na cadeia e bandido bom é bandido morto”.
Quando o UCHO.INFO afirma que Jair Bolsonaro é incompetente, o faz não por falta de simpatia pelo candidato, mas porque suas declarações fogem à realidade e à lógica política.
Vamos aos fatos… Em relação a tipificar a invasão de terras como ato de terrorismo, isso não depende da vontade isolada do presidente da República, mas da decisão do Congresso Nacional. Caso seja eleito presidente, Bolsonaro precisará conquistar apoio em dose suficiente no Parlamento para conseguir aprovar um projeto de lei que tipifique a invasão de terra como ato terrorista. Isso significa que Bolsonaro terá de negociar com parlamentares sempre ávidos por escambo. Há meses, um projeto de lei com esse objetivo não prosperou no Congresso. Para quem está há 27 anos no Legislativo, Jair Bolsonaro deveria saber como se dá a aprovação de um projeto de lei.
Sobre o fato de “ter se cansado dessa roubalheira”, Bolsonaro é incoerente, pois durante muitos anos esteve filiado ao Partido Progressista, uma das legendas mais envolvidas no escândalo de corrupção conhecido como Petrolão. Esse discurso é eivado pelo populismo, já que todos os filiados ao PP sabiam o que se passava nos subterrâneos do partido, desde os tempos do Mensalão do PT, para não votar muito na linha do tempo. E Bolsonaro nada fez em relação ao próprio partido, pelo contrário. Alegar que foi o único da agremiação que não se corrompeu é muito pouco, pois no mínimo conspirou contra o Estado ao silenciar diante de um crime continuado.
No tocante à afirmação de que Bandido bom é bandido morto”, Jair Bolsonaro parecer ter tomado gosto pelo status de réu em ação penal. Se nos dias atuais o candidato se vale da imunidade parlamentar para justificar sua insana verborragia, como presidente da República poderá tornar-se réu em ação penal por incitação ao crime.
