Há muito que o descaso com o patrimônio público é uma tragédia nacional. A falência na manutenção e na implantação de sistemas de segurança nos museus do Brasil sempre aponta na direção de uma tragédia prestes a acontecer.
Se toda essa desgraça não bastasse, no País há políticos oportunistas dispostos a faturar em meio a um cataclismo cultural, como foi o incêndio do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, que transformou em cinzas boa parte do acervo.
A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), por exemplo, distraída que é, ignorou o fato de que seu partido governou o País por treze anos (2003-2016), nada tendo feito para manter, preservar, manter e garantir o patrimônio público brasileiro, sequer esperou o resfriamento das brasas que arderam no Museu Nacional para acusar o “golpe”.
“O museu é mais uma vítima do golpe, da turma do austericidio: PSDB, Bolsonaro e et caterva! É uma tristeza ver isso”, escreveu Gleisi no Twitter, sem lembrar que ela mesma, quando chefe da Casa Civil, poderia ter tomado medidas e sugerido caminhos para direcionar recursos com o objetivo de preservar o patrimônio cultural e reforçar a segurança em santuários da história nacional.
Ao contrário, a presidente nacional do PT nada fez, assim como não manifestou qualquer preocupação com o patrimônio público. Mesmo assim, é a primeira a apontar culpados, esquecendo-se que entre os responsáveis pelo incêndio sempre haverá de constar o PT.
Ao que parece, a catástrofe do domingo (20) servirá para nada em termos de aprendizado, pois os cuidados com a segurança do patrimônio histórico e cultural do País serão lembrados por ocasião da próxima tragédia.