O Partido dos Trabalhadores continua desafiando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apesar das decisões liminares que proíbem o partido de, nas propagandas de rádio e televisão, apresentar Lula como candidato à presidência da República.
Nesta terça-feira (4), o PT voltou a anunciar o ex-metalúrgico como candidato à Presidência, como se estivesse testando o alcance da decisão do TSE que, na última sexta-feira (31), rejeitou, por 6 votos a 1, o registro da candidatura do petista, por considera-lo inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
Na segunda-feira (3), duas decisões liminares do TSE proibiram o partido de incluir Lula como candidato nos programas de rádio e TV, sob pena de o partido ter de pagar multa de R$ 500 mil por descumprimento de decisão judicial. Mesmo assim, o PT está ignorando as decisões judiciais, pois o ex-presidente está disposto a esticar a corda até o dia 11 de setembro, data limite para a substituição de candidato.
No início da noite desta terça-feira, em propaganda petista levada ao ar pela rádio Jovem Pan, em São Paulo, Fernando Haddad mais uma vez se apresentou como vice de Lula. Como o ex-presidente já foi alijado do processo eleitoral, ser vice de alguém que nada é significa pouca coisa, talvez nada.
O PT tenta enganar a Justiça Eleitoral com pequenas mudanças no material de campanha, como, por exemplo, a inserção da frase “Lula é Haddad”. Isso não significa que Lula desistiu de ser candidato, assim como não garante que Haddad será o presidenciável. O que há de fato por parte do PT é uma clara disposição para confundir o eleitorado, enquanto não se decide quem será o substituto de Lula.
Há quem garanta que Fernando Haddad é o substituto natural, mas o UCHO.INFO entende que na situação atual o PT precisa de um candidato com um discurso capaz de incendiar o eleitorado petista, caso queira minimizar o estrago nas urnas. E Haddad não é a pessoa certa para essa empreitada quase suicida. Fora isso, se a substituição de candidato acontecer somente no próximo dia 11, como quer parte da cúpula petista, o partido terá pouco tempo para colocar em marcha a chamada transferência de votos. Se é que isso realmente terá alguma chance de sucesso.
Até semanas atrás, mesmo que representando uma enorme afronta ao País e às autoridades, a estratégia de Lula tinha escassas doses de lógica eleitoral, pois abusar da vitimização era uma tentativa desesperada de salvar o partido. Com o avanço do tempo ficou claro que o ex-presidente está a pensar apenas nos próprios interesses.