Seguidores de Bolsonaro tentam minimizar proposta da “nova CPMF” com a tese esdrúxula da fake news

Diferentemente do que afirmam os seguidores e apoiadores de Jair Bolsonaro, não houve por parte do presidenciável do PSL um desmentido acerca da proposta de criação de um novo imposto nos moldes da CPMF, apresentada pelo economista Paulo Guedes durante encontro promovido na terça-feira (18), em São Paulo, por empresa gestora de fortunas.

Na verdade, na manhã desta quarta-feira (19), Bolsonaro desautorizou o economista, a quem ele certa feita chamou de “Posto Ipiranga”, afirmando no Twitter “chega de impostos é o nosso lema”. Entre negar a criação de uma “nova CPMF” e desautorizar quem fez a proposta há uma enorme distância, mas é compreensível que os seguidores queiram manter o candidato na condição único salvador da pátria, se é que essa figura de fato existe.

Internado no Hospital Albert Einstein, na zona da capital paulista, onde se recupera do ataque a faca ocorrido em Juiz de Fora, Jair Bolsonaro cobrou do economista Paulo Guedes, por telefone, explicações sobre a tal proposta.


Sem ter sido consultado previamente sobre o tema, o presidenciável reclamou que forma como o assunto chegou à imprensa obrigava a campanha a esclarecer detalhadamente como seria uma eventual criação desse novo imposto, já que ele havia prometido reduzir a carga tributária.

Paulo Guedes, por sua vez, comprometeu-se com Bolsonaro a detalhar a proposta para passar a ideia de que a eventual recriação da CPMF só ocorrerá com o fim de tributos já existentes. Para quem conhece como funcionam os bastidores de campanhas eleitorais, Guedes foi obrigado a arrumar uma desculpa com urgência, antes que o candidato do PSL começasse a sofrer os efeitos colaterais da proposta.

Que Paulo Guedes tratou da recriação da CPMF com uma plateia de donos de grandes fortunas todos sabem, mas querer negar o fato afirmando que notícias sobre o encontro são mentirosas é querer fechar os olhos diante do óbvio. Se o próprio Jair Bolsonaro desautorizou o seu “Posto Ipiranga” depois do fato notíciado, é porque o episódio ocorreu e o mal-estar aconteceu.