Nova fase da Lava-Jato mira primo de Beto Richa e coloca nova “pá de cal” na candidatura do tucano

Como citou o UCHO.INFO em matéria publicada há dias, a decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de colocar em liberdade os presos na Operação Rádio Patrulha, deflagrada pelo Ministério Público do Paraná, não significa que os investigados são inocentes, pois no estado sulista sobram escândalos de corrupção envolvendo autoridades. Entre os presos que foram beneficiados pela decisão do ministro do STF está o ex-governador Beto Richa, candidato do PSDB ao Senado.

Se a situação de Richa no âmbito da campanha tornou-se difícil após sua prisão, a partir desta quarta-feira (26) o cenário deve piorar sobremaneira, pois a Polícia Federal cumpre, desde as primeiras horas da manhã, 92 mandados judiciais relacionados à 55ª fase da Operação Lava-Jato em cidades do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. A ação foi batizada de Operação Integração II.

Do total de mandados, 73 são de busca e apreensão, três são de prisão preventiva e 16 são de prisão temporária. Os crimes investigados na atual fase da Lava-Jato são corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Entre os mandados há um de prisão temporária contra o empresário Luiz Abi Antoun, conforme informou o delegado federal Joel Cicotti, de Londrina, cidade do norte paranaense. Primo de Beto Richa e conhecido nos escaninhos do poder como operador do ex-governador, Antoun não foi localizado. Segundo seu advogado, ele viajou ao Líbano com autorização da Justiça, devendo retornar ao País em outubro.


Também é alvo de mandado de prisão (preventiva) João Chiminazzo Neto, diretor da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). Quem conhece o conteúdo das investigações sabe que a prisão de Chiminazzo deixará muitos sem dormir. Um dos esquemas criminosos, intermediado pela ABCR, movimentou R$ 240 mil mensais em 2010 em propina, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

A 55ª fase da Lava-Jato investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em esquema relacionado à administração das rodovias federais no Paraná que fazem parte do chamado Anel da Integração.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), são objeto dos mandados judiciais as concessionárias que administram o Anel de Integração do Paraná: Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná, além de corruptos e corruptores.

O nome de Luiz Abi Antoun começou a ganhar notoriedade nacional quando Richa foi eleito prefeito de Curitiba. Não demorou muito tempo e surgiu o primeiro escândalo sob a batuta do tucano: o dos radares para controle de velocidade de veículos. E Antoun apareceu a reboque do imbróglio.

À época, o UCHO.INFO noticiou o escândalo e Antoun ameaçou processar o editor, mas foi aconselhado por pessoas próximas a desistir da ideia. Disseram ao primo de Richa que o jornalista dificilmente denuncia sem ter a gaveta recheada de provas.